08 abril 2008

Execução - Memorial técnico para implantação de jardins









Preparação da Terra
  • Limpeza e destocamento

Deve-se proceder a remoção de pedras, tocos de árvores, postes, restos de alicerces ou esteios, lixo ou materiais de construção enterrados, para permitir o preparo, a lavra e o nivelamento do solo nas áreas a serem ajardinadas.

Para evitar a compactação do solo pelas máquinas pesadas que são necessárias para esses serviços, é recomendada a extração manual, com uso de picareta, enxada, machado, talhadeira, conforme o material, carrinhos de mão dotados de rodas com pneumáticos, para remoção.

Os detritos devem ser removidos do terreno e não enterrados. Antigos pisos de concreto ou alicerces, mesmo quando cobertos por mais de um metro de terra, deixam marcas permanentes de crescimento raquítico em gramados, canteiros e maciços.

  • Compostos e adubos para covas de árvores e arbustos

Terra-composto adubado para covas de árvores e arbustos:
Fórmula NPK 4:9:6 ou similar

1-Terra-composto, ou terra rica em matéria orgânica 1 m3.
2-Torta de mamona, destorroada 2,5 kg, ou estrume de boi curtido 40 Kg.
3-Farinha de ossos, autoclavada 1,0 Kg, ou superfosfato simples 1,0 Kg.
4-Cloreto de potássio 1,0 Kg.

Para obter um melhor desenvolvimento do jardim é recomendável incorporar ao solo comporto orgânico. Os mais recomendáveis são:

- Casca de arroz crua
- Casca de arroz carborizada
- Casca de arroz queimada – cinza
- Casca de pinus decomposta
- Casca de côco desfibrada
- Serragem de pinus ou eucalyptus decomposta
- outros materiais disponíveis na região, desde que analisados.

As quantidades a utilizar dependerão da qualidade do solo existente, das espécies de plantas a serem utilizadas, dos materiais disponíveis e do orçamento aprovado.
Existem no mercado compostos orgânicos prontos para o uso que podem ser utilizados.
Recomendamos, quando possível incorporar no mínimo 30% do volume e ,sendo possível, incorporar até 50% do volume total.

Misturar os ingredientes 1+2+3+4 ou seus substitutos, por meio de dupla baldeação. Usar terra peneirada ou destorroada.

  • Demarcação e abertura de covas para árvores e arbustos

1. Árvores
Demarcação com balizas numeradas, dos pontos exatos no terreno, onde devem ser plantadas as árvores e os arbustos previstos no projeto. Deverão ser abertas covas de 1.00 por 1.00 por 1.00 metro, para árvores.

2. Arvoretas e arbustos de grande porte
Para arvoretas e arbustos de grande porte devem ser feitas covas de 0.75 m x 0.75 m x 0.75m.

3. Arbustos de porte médio
Deverão ser abertas covas de 0.50 por 0.50 por 0.50 m., para arbustos.

A partir dos caminhos, das cercas ou das construções já executadas, mede-se com trena, pelo sistema de triangulação os pontos correspondentes a planta do projeto, anotando na mesma o número de baliza, para identificação posterior.

  • Adubação básica do solo para gramados e forrações

Usar os ingredientes da fórmula citada no item "compostos de adubos...", misturando 2+3+4 nas doses indicadas e aplicar a lanço sobre o terreno, antes da lavra, 800 gr. da mistura por m2.

Pode-se usar, como alternativa, os ingredientes 3+4 nas doses indicadas, aplicando 300 gr. da mistura por m2. do terreno.

  • Demarcação de gramado e forrações

Procede-se a demarcação para o plantio tomando como base o projeto de paisagismo. A marcação é feita, utilizando-se uma enxada de jardineiro ou ferramenta similar, imediatamente antes do plantio.

PLANTIO

  • Árvores e arbustos

Para implantação da vegetação lenhosa, a véspera do plantio selecionam-se as mudas, aplicando a cada uma, uma rega encharcante, levando-as de preferência em macas, para evitar abalo dos torrões até junto as respectivas covas, identificadas pela numeração dos tutores. No dia seguinte coloca-se cada muda em sua cova, ainda com sua embalagem intacta, ajustando sua altura mediante retirada ou colocação de terra adubada de tal maneira, que o nível do solo adjacente fique 5 cm. abaixo do nível do solo superior. Depois do plantio, pelo natural assentamento da terra da cova, a muda deve ficar no mesmo nível do solo. Ajustada a altura da muda ainda sem remover a embalagem, gira-se o torrão em seu eixo, até orientar uma leve curvatura do tronco com a barriga em direção ao tutor.

Acertados assim altura e orientação, e sem mover a muda, remove-se o saco plástico do torrão, aplicando-lhe corte no lado com uma lâmina de barbear. Se a muda estiver plantada em lata, é preciso cortar a lata em duas faces opostas antes de ajustar sua posição, e depois de ajustada, abrem-se as duas metades e retira-se a lata sem abalar o torrão. Estando encharcado, o torrão ficará coeso. Recolocada na posição certa, derrama-se terra adubada em volta da muda, apertando com as mãos suavemente, em direção obliqua, da periferia para o centro, até encher a cova.

Depois pisa-se uma só vez com ambos os pés, e suavemente aos lados do torrão para assentar a terra da cova, restaura-se o leiro circular ao redor da boca da cova caso tenha sido danificada, em seguida derrama-se de uma só vez 10 lts. de água na bacia assim formada.

Esta primeira rega é operação essencial, para estabelecer a liga da terra da cova com o solo de um lado, e com o torrão da muda de outro. Absorvida a água, esparrama-se uma camada de 5 cm. de espessura de folhas, capim, maravalha ou palha sobre a superfície da cova, para evitar o aquecimento do solo pelo sol e manter sua umidade mais constante. Por último, colocam-se no tronco, ou nos ramos principais dos arbustos, pelo menos dois amarilhos de barbante de cânhamo ou de estopa, dando uma volta completa ao redor do tutor, cruzando-o no interstício entre o tutor e tronco e dando uma volta completa ao redor do fuste, dando o nó sem apertar, com pequena folga. Todo amarilho correto deve ter a forma de número "8" e não de "0".

  • Vegetação rasteira
O plantio de plantas herbáceas, flores e folhagens inicia-se com a demarcação dos canteiros e locação das espécies. Plantio em covetas abertas com a colher de jardineiro em malha de triângulos equiláteros, obedecendo ao parâmetro indicado no projeto. Retira-se cada muda de seu recipiente no momento do plantio, devendo aplicar uma rega individual a cada muda na véspera do plantio. A colocação da muda deve ser feita sem abalar o torrão, e a profundidade suficiente para deixar a superfície do torrão no mesmo nível do solo do canteiro.

Os plantadores pisam ou se ajoelham sobre tábuas, para não compactar o solo. Escolhem-se as mudas de porte mais alto de cada espécie, para o plantio no centro da área, e as de porte mais baixo, na periferia.

É mais vantajosa a cobertura do terreno entre as mudas plantadas, com folhas, palha, capim seco, aparas de serraria ou bagaço de cana triturado, em camada de 3 a 5 cm. de espessura. Irrigação imediata e copiosa, mas sem formar poças nem provocar enxurrada.

  • Gramados

No período de espera obrigatória, depois da aplicação do calcário, deve-se proceder ao combate de ervas daninhas, mediante leves e diárias aspersões de água, que além de faze-las germinar e brotar, ajudam a ação de penetração do calcário.

Esta é a última oportunidade de se eliminar as ervas daninhas antes do plantio e para tal, devem ser usados herbicidas de acordo com as dosagens recomendadas nas bulas.

O plantio de grama deverá preceder a implantação de canteiros e maciços arbóreos, pois geralmente ocupam áreas maiores e, em muitos casos, é conveniente deixar a execução de canteiros de flores e folhagens para uma determinada estação do ano, podendo neste interim deixar os gramados prontos.

Há quatro maneiras de plantio de grama; a escolha depende do tipo de gramado desejado, da finalidade de uso, da espécie escolhida, e em muitos casos, a escassez da oferta obriga ao uso de determinada espécie e correspondente método.

1. Sistema por placas

Assentam-se placas de formato irregular, mas com espessura uniforme e mínima de 5 cm., que devem ter os colmos e folhas densos e verdes, e isentos de ervas daninhas. Além dessas normas qualitativas, é preciso contratar o fornecimento sob a condição de que a medida da quantidade será feita após o plantio na base de placas justapostas sem interstícios. Para se conseguir um rejuntamento perfeito, sem deixar vãos e intervalos e ao mesmo tempo deixar a superfície igualada, é preciso que os plantadores pisoteiem sobre as placas de maior espessura, afundando-as no solo que deverá ser fofo e previamente umedecido. Para nivelar bem a superfície, passa-se uma só vez um rolo compressor de 200 Kg. (concreto de 1.00 m de largura por 50 cm. de diâmetro) lentamente puxado por dois ou três homens. Em seguida, esparrama-se uma camada de 2 cm de terra-composto peneirada e aplica-se regas copiosas, sem deixar formar poças.

2. Sistema por touceiras

Usam-se chumaços de 5 a 8 cm de diâmetro recortados de placas ou de um gramado formado em viveiro. Plantam-se em covetas abertas com a colher de jardineiro em distâncias uniformes entre 10 e 20 cm., e dispostas em malhas de triângulo equilátero colocando cada tufo no vão entre dois tufos da fileira anterior. Os plantadores pisam sobre tábuas para não compactar o solo. As touceiras são firmadas com pressão lateral da mão e o solo é alisado com a colher de jardineiro. Também nesse método a prática dos plantadores decide a uniformidade da cobertura. Ao terminar, após 4 horas de plantio, rega-se copiosas vezes por aspersão sem formar poças ou enxurradas.

3. Sistema por sementes

O melhor período para semeadura é quando o clima está temperado, aqui encontramos sérias dificuldades, porque as misturas de grama importadas raras vezes se adaptam ao clima. As sementes das espécies aqui usadas tem fraco poder de germinação e não produzem precisamente o tipo uniforme e rasteiro que se obtém exclusivamente pela multiplicação vegetativa, dos clones já aprovados.
No plantio de sementes é aconselhável obedecer as instruções impressas na embalagem de origem.

4. Sistema por mudas

O procedimento é idêntico ao plantio das touceiras, mas substituindo os chumaços, colocando-se as mudas, em posição inclinada, apenas uma estaca, composta de rizoma, estolo ou colmo deixando dois gomos enterrados e um gomo saliente da terra.
As estacas cortam-se de preferência poucas horas antes do plantio, com canivete, de um gramado, ou desfazendo-se placas compradas. De algumas espécies de grama, podem-se comprar mudas em sacos plásticos.
Na avaliação comparativa dos quatro métodos, deve-se considerar, que o plantio por placas, produz um gramado verde, denso e fechado em poucas horas; por touceiras levará alguns meses para fechar, e por mudas, talvez um ano, mas quando bem plantado o último método produz um gramado perfeito

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