Como reduzir os custos
de manutenção do jardim (3)
Podar ou não podar?
esta é a questão. Se acompanhamos atentamente o trabalho do jardineiro veremos
que cada vez mais, mais tempo é dedicado a poda dos arbustos. A moda da
topiaria tem feito que os jardins tenham cada dia mais plantas topiadas e esta
é uma atividade que toma tempo e tem um custo elevado. Mas é preciso podar? É
mesmo necessário podar do jeito e com a frequência que o estamos fazendo, ou
tudo isso não é mais que um desperdício de tempo e principalmente de mão de
obra e por tanto de dinheiro? Uma manutenção mais econômica e mais natural deve
reduzir as podas ao mínimo necessário.
Podas
Nada contra os
buxinhos (Buxus sempervirens) nem contra as murtas (Murraya paniculata) ou
contra as mini pitangas (Eugenia matosii) mas nenhuma destas plantas e tantas
outras, não precisariam ser topiadas. A topiaria alias teve seu início no
império romano e era trabalho feito por escravos, depois teve seu auge nos
jardins franceses de Versailles, onde os arbustos que formavam os canteiros e
as cercas vivas eram cuidadosamente podados por um exercito de jardineiros que
com milimétrica precisão não permitiam que uma única folha estivesse fora do
alinhamento perfeito.
A nossa realidade hoje
não pode conviver com este tipo de jardins, sua manutenção é custosa e exige a
presença constante de jardineiros que preservem a forma e o tamanho de cada um
dos arbustos. Para um jardim sustentável devemos considerar um projeto mais
natural, com formas menos rígidas e que não precise de podas constantes.
A pergunta seguinte é
logica: “Então não é preciso podar?” Sim. Precisamos podar regularmente. Para
manter um jardim em boas condições de sanidade e para manter a escala ou até
para ter uma melhor floração e desenvolvimento as plantas devem ser podadas.
Para isso devemos entender que há diversos tipos de podas e que cada uma delas
tem a sua função e importância. As podas mais importantes são:
- Manutenção
- Formação
- Floração
A poda de manutenção
tem como objetivo que a planta mantenha o tamanho previsto no projeto, na sua
etapa adulta. Além de manter o tamanho e o porte a poda de manutenção busca
manter a forma natural de cada planta, corrigindo deformações resultado da sua
localização, da insolação ou de manutenções incorretas, inclusive por acidentes
naturais. A poda de manutenção não tem uma frequência preestabelecida, mas
podemos considerar que seja necessária no máximo uma única vez ao ano.
No seu estagio juvenil
a maioria de plantas precisam de podas de formação para ajudar a que se
desenvolvam bem, se mantenham mais sadias e possam alcançar o estado adulto em
perfeitas condições. Esta poda implica a retirada do excesso de galhos, a
priorização dos galhos principais e a supressão de galhos magros, doentes ou em
duplicidade. Deve ser feita na fase de formação da planta, período que
dependerá da vida útil de cada planta. No máximo uma ou duas vezes ao ano.
Algumas vezes esta poda se faz necessária para corrigir, no momento
imediatamente posterior ao plantio, os defeitos que possam ser resultado de um
mal cultivo inicial ou de deformações naturais.
Cada planta tem
características próprias e a maioria delas precisa, para ter uma maior
floração, ser podada na época adequada e da forma certa. Há uma relação direta
entre poda e floração, plantas que não sejam podadas corretamente florescem
menos, se desenvolvem pior e acabam muitas vezes morrendo ou perdendo vigor até
o ponto que seja necessário substitui-las por outras novas ou mais sadias. Para
poder realizar estas podas da forma adequada é preciso conhecer cada planta,
saber a época de floração, saber quando e como podar e lamentavelmente a
maioria dos jardineiros não profissionais não tem este conhecimento. Por isso é
comum ver plantas não florescer por falta de poda na época certa, o até morrer
por podas incorretas.
Bons exemplos de plantas que precisam de podas para
florescer melhor são as roseiras (Rosa sp), as espirradeiras (Nerium oleander)
Hortensias (Hidrangea macrophylla) ou os resedás (Lagerstroemia indica),
Hemerocallis, Russelias, Plumbagos e Alamandas são outras que precisam ser
podadas uma vez ao ano para manter o vigor e intensidade das suas florações.
Nem a poda de
manutenção, nem a de formação, nem a de floração devem ser confundidas com a poda
estética ou topiaria que tem como único objetivo manter uma planta com um tamanho
e uma forma que não lhe são naturais, mas que tem um objetivo estético e não
vegetativo ou funcional. Assim que seria melhor esquecer um pouco a topiaria
como uma alternativa e permitir que as plantas adquiram seu porte, forma e
características naturais.
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