Na qualidade de conselheiro da ANP – ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PAISAGISMO, venho a público no intuito de esclarecer o seguinte: os profissionais que projetam e/ou implantam áreas verdes sempre precisaram dominar diferentes técnicas ou ciências como: biologia, botânica, silvicultura, agronomia, fitogeografia e topografia.Esses conhecimentos mencionados eram suficientes até o início do século XX, quando a população mundial era de 1.650 milhões de habitantes. Hoje somos sete bilhões de seres humanos, dos quais 83,3% da população brasileira, habitando centros urbanos. Por esse motivo é necessário igualmente, possuir conceitos e teorias que organizem os espaços de forma a adequar o paisagismo a realidade urbanística, assim como também, as tendências sociológicas de cada metrópole. O conhecimento intelectual da arquitetura, do urbanismo e da história é fundamental, como são essenciais a sociologia, a psicologia, o folclore e por que não, as crenças religiosas de cada região onde a área verde será inserida.Fico esperançoso frente à possibilidade de que, em um futuro próximo, o arquiteto paisagista possua uma formação que lhe dê conhecimentos para lidar melhor com a realidade de um país que precisa levar em conta, por questões climáticas e fitogeográficas, sua vegetação e sua fauna. Para isto, além dos fundamentais aprendizados que as faculdades de arquitetura colocam à disposição de seus formandos, o arquiteto paisagista deverá ter conhecimentos de: morfologia vegetal, dendrologia, geobotânica, ecologia, climatologia, edafologia, fitopatologia, além das práticas necessárias que o habilitem a entender uma paisagem urbana cada vez mais carente de vegetação e saturada de uma arquitetura impiedosa, que condena homens e mulheres a uma existência terrivelmente artificial e desumana.Finalizando, preciso deixar clara minha posição frente à reserva de mercado pretendida pelos responsáveis nos projetos de arquitetura. Estes profissionais são obrigados a responder pelo desenho da área habitada; focando suas atividades no planejamento compreendido por um espaço delimitado, ja seja por paredes ou por fronteiras físicas. Em contrapartida o paisagista trabalha com a grandiosidade do horizonte, sem balizar seu olhar com restrições ou demarcações confinantes. Seu pé direito é o ceu, o final do terreno, o espaço prorrogado e a luz, um sol generoso que ilumina com nuances diferentes a cada dia.O paisagista pouco sabe sobre argamassas, entretanto o arquiteto nada aprende, na faculdade, sobre taxonomia das plantas. Cada profissional, cada especialista no seu devido lugar, sem interferir, imiscuindo-se em coisas para as quais não foi instruído.Para adesão e mais informações: www.anponline.com.brRaul Canovas
31 janeiro 2012
Regulamentação da Profissão de Paisagista - Carta Aberta
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