Bromélias e dengue
Quando a dengue escapa de controle e as autoridades sanitárias além do combate a pandemia do COVID 19 tem que mostrar serviço, acontecem exageros e se buscam culpados. Nesta caça as bruxas, quase sempre pagam os inocentes e no caso do combate a dengue as primeiras vitimas foram as plantas em vaso e concretamente as bromélias.
Uma infeliz campanha publicitaria utilizou a imagem de uma bromélia como símbolo do combate a dengue, incluindo a mensagem de evitar a agua parada e vinculando erroneamente as bromélias a proliferação do mosquito transmissor da dengue o Aedes aegypti.
A desinformação e o alarmismo ocasionaram prejuízos milionários aos produtores de plantas ornamentais e concretamente aos de bromélias. Afortunadamente o prestigioso Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz) do Rio de Janeiro elaborou um estudo cientifico, aqui estão os links do trabalho, comprovando que as bromélias não são as vilãs e que não devem ser erradicadas dos nossos parques, jardins e matas. Elas não constituem focos preferenciais do mosquito da dengue. Muito pelo contrario, as áreas com bromélias não apresentam índices de contagio maiores e os reservatórios de agua formados pela coroa das plantas não é o criadouro do mosquito da dengue que muitos acreditavam.
Muitas cidades na primeira metade do século passado, para combater a malária cortaram matas, arrancaram arvores e destruíram bromélias. Agora, em menor escala, vemos com preocupação a mesma sanha higienista que levou a destruição de matas e florestas urbanas. Devemos sim manter quintais, jardins e os espaços urbanos livres de agua parada, os focos que devem ser atacados pela vigilância sanitária, são aqueles comprovadamente preferidos pelos mosquitos do gênero Aedes para colocar seus ovos, como caixas d’agua destampadas, piscinas, toneis, ferro velhos e outros depósitos de agua parada e evitar a proliferação dos mosquitos transmissores da dengue, da chicungunha, sem que para isto seja necessário arrancar e destruir plantas nativas da mata atlântica, muitas delas endêmicas da nossa região e do nosso estado.
Fontes:
http://www.fiocruz.br/ioc/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=%20182&sid=32
https://agencia.fiocruz.br/brom%C3%A9lias-n%C3%A3o-s%C3%A3o-focos-perigosos-para-desenvolver-vetores-da-dengue
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