02 setembro 2009

Burle Marx - O Poeta dos Jardins

Diário do Nordeste


Edição de 31 de Agosto de 2009 | Edição Atual



Gente - Caderno de 30/8/2009

CAPA (30/8/2009)

Um dos homenageados da Casa Cor Ceará 2009, Roberto Burle Marx revolucionou o paisagismo no Brasil, deixando seu talento registrado em jardins espalhados em várias partes do País. A homenagem é bem oportuna, já que neste mês se comemora o seu centenário de nascimento.

Um dos maiores paisagistas do nosso século, premiado internacionalmente, Burle Marx era artista multifacetado. Além de moldar a natureza, foi, também, desenhista, pintor, tapeceiro, ceramista, escultor, pesquisador, cantor e criador de jóias, sensibilidades que conferiram características específicas a toda a sua obra.

Nascido em São Paulo, a 4 de agosto de 1909, passou a residir no Rio de Janeiro a partir de 1913. Da mãe Cecília Burle, herdou o amor pela música e pelas plantas. O seu interesse pela variedade de espécies, formas e cores das plantas brasileiras despertou-se muito cedo. Ainda garoto, começou a colecionar e entender o cultivo, enxertia, hábitos e reprodução de cada espécie. O que parecia, a princípio, apenas curiosidade ou hobby, logo se traduziu em estudo, pesquisa, criação e opção profissional.

O cuidado com as plantas e a exuberância de cores e formas do jardim domiciliar chamaram a atenção do amigo e vizinho, o já consagrado arquiteto Lúcio Costa. Este o incentivou e lhe encomendou o primeiro projeto paisagístico, em 1932, para a residência da família Schwartz, na Rua Bulhões de Carvalho, em Copacabana, no Rio de Janeiro.

A carreira dele ganhou impulso entre 1934 -1937, quando foi diretor de Parques e Jardins em Recife (PE). Nesse cargo, reformou e projetou os primeiros jardins públicos de natureza ecológica no Brasil, abrasileirando,no encalço do movimento moderno, a arte da fazer jardins.

Em 1949, comprou o sítio Santo Antônio da Bica, em Barra de Guaratiba, no Rio de Janeiro, onde organizou sua coleção de plantas e, em 1975, mudou-se para lá. Em 1985, doou esse sítio, com todo o seu acervo, à extinta Fundação Nacional Pró Memória, atual Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - Iphan.

No Ceará

No Ceará, deixou sua marca em vários projetos, viabilizados com a colaboração de Ricardo Marinho, paisagista cearense que teve Marx como mentor. Para Marinho, Marx reinventou o desenho da paisagem dentro dos conceitos mais modernistas da época.

"Além do traçado diferenciado, estruturado em função da sua fácil visualização do espaço, incorporou à sua sensibilidade os princípios estéticos e artísticos trazidos de sua formação em pintura e desenho, associando-os ao conhecimento botânico que possibilitava a inclusão de elementos vegetais de uma paisagem brasileira", comenta Marinho.

No Ceará, Marinho executou projetos de Marx como a residência de Denise Pontes; Vicunha Nordeste; Banco do Nordeste do Brasil; Hotel Caesar Park; Centro Empresarial Clóvis Rolim; e o Theatro José de Alencar.




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