24 março 2008

Prêmio de reportagem sobre a biodiversidade da mata atlântica.


BRA-84: Bendita mata

Por: Simone Yukie Kikuchi

Revista: Paisagismo & Jardinagem

São Paulo / SP abril 2006


Mata Atlântica no jardim

Jordi Castan, paisagista de Joinville, SC, nasceu na Espanha e vive no Brasil há mais de 20 anos. Ele conta que sentiu um choque cultural muito grande ao se deparar com um litoral totalmente diferente com o que estava acostumado a ver nas paisagens mediterrâneas. "A imagem do verde da mata chegando até o mar, com toda sua exuberância, chamou-me muito a atenção",lembra. "A Mata Atlântica é riquíssima em biodiversidade e muitos pesquisadores, produtores e paisagistas estão ainda pesquisando novas plantas a serem introduzidas comercialmente."

Helicônias, filodendros, calatéas, marantas e palmeiras como as dos gêneros Euterpe e Arecastrum, além de árvores como as Caesalpinea e arbustos como as do gênero Tibouchina são plantas que marcam os trabalhos de Castan. "Para alcançar um belo efeito e ter plantas com bom desenvolvimento, o importante é que sejam usadas no contexto de seu hábitat natural", destaca. "A abrangência desse bioma no País é variada. Ao implantar projetos em diferentes regiões é imprescindível conhecer a vegetação original do local. Quanto mais conhecermos, melhor será o resultado. O uso de qualquer planta em paisagismo deve considerar sua adaptação e sua necessidade."

Sonia complementa: "Devemos sempre conhecer suas necessidades quanto à luminosidade, nutrição, quantidade de água (se hidrófita ou xerófita), resistência a ventos, resistência à maresia e outros fatores. Um ótimo resultado paisagístico só é possível em uma planta verdadeiramente adaptada ao local."

Segundo Castan, existe um grande desenvolvimento do paisagismo na faixa litoral do País. "Portanto, o potencial e as oportunidades que a vegetação de Mata Atlântica oferecem aos profissionais que executam projetos paisagísticos nas áreas que formam ou formavam parte da Mata Atlântica são extraordinárias. Elas também podem ser usadas em outros ambientes, onde estejam adaptadas."

Para eles, é indiscutível o papel de educador ambiental exercida pelo paisagista, possibilitando que as pessoas conheçam melhor a vegetação, aprendam a apreciá-la e conviver com elas. "Nossa missão é preponderante,buscando o equilíbrio inclusive com o uso de outras plantas que, não sendo nativas, são originárias de outros biomas similares, mas podem ser usadas com excelentes resultados", diz Castan.

Tsuji sugere amplas atividades de conscientização: "É preciso incentivar ações que contribuam para a conservação da biodiversidade, o fomento e divulgação dos conhecimentos tradicional e científico e a promoção do desenvolvimento sustentável na área da Mata Atlântica, evitando a prática extrativista e o problema com os recursos naturais esgotáveis", diz.

"Outro fator importante é a formação de corredores de biodiversidade ou ecológicos,que consistem em extensas áreas geográficas, onde atividades como a agropecuária e florestas produtivas, assim como cidades e infra-estrutura,convivem com o meio natural, gerando a possibilidade de conectar os indivíduos de diversos fragmentos florestais. Seria uma solução que geraria a otimização para evitar processos de extinção, bem como outros fatores conservacionistas já existentes."

Mais Mata Atlântica:
www.sosma.org.br
www.clickarvore.com.br
www.florestasdofuturo.org.br
www.rededasaguas.org.br


- Para conferir a matéria na íntegra, acesse:
http://www.premioreportagem.org.br

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