Durante o
mês de julho, Holambra foi palco de mais uma edição da Garden Fair, evento que
vem se consolidando no calendário do setor com crescimento notável em
estrutura, conteúdo e público. Um dos destaques foi o congresso
"Paisagismo para Todos", que mais uma vez se firmou como um
importante ponto de encontro para profissionais e entusiastas do paisagismo.
Arquitetos,
agrônomos, biólogos, paisagistas, jardineiros e profissionais de áreas
correlatas reuniram-se para debater caminhos, compartilhar experiências e
fortalecer o mercado. Nesta edição, um tema emergiu com força: a urgente
necessidade de profissionalização no setor.
O mercado
está mais exigente, técnico e competitivo. Para se destacar, é essencial que os
profissionais estejam preparados, com domínio de diversas disciplinas que
compõem o universo do paisagismo — do planejamento à execução, do conhecimento
botânico ao entendimento das necessidades do cliente.
O congresso
proporcionou um espaço verdadeiramente plural, onde profissionais renomados,
com décadas de experiência, dividiram o mesmo ambiente com iniciantes,
estudantes e curiosos. Esse ambiente de troca, acessível e democrático, é um
dos maiores ativos do evento: todos aprendem, todos ensinam.
Mas
participar vai além de assistir às palestras. É preciso mergulhar no conteúdo
oferecido, frequentar os workshops, visitar os estandes da feira, conversar com
os expositores, fazer perguntas e ouvir com atenção. Em um setor em constante
evolução, ninguém tem todas as respostas — e, muitas vezes, ainda não
formulamos as perguntas certas.
Um bom
congresso é aquele que nos provoca. Aquele do qual saímos com mais dúvidas do
que certezas, impulsionados pelo desejo de saber mais. O conhecimento é um
processo contínuo, e é nele que reside o verdadeiro motor de crescimento do
setor.
Hoje, é
inegável: o paisagismo ainda representa um dos elos mais frágeis da cadeia de
flores e plantas ornamentais.
Enquanto a
produção se profissionalizou de forma significativa nas últimas décadas, o
paisagismo e a jardinagem ainda convivem com realidades desiguais —
profissionais altamente capacitados atuando lado a lado com outros sem a
formação necessária. E o prejuízo, muitas vezes, recai sobre o cliente, que só
percebe a má execução quando o jardim já está pronto e o investimento, perdido.
Quando um
projeto mal feito compromete a imagem do setor, todos pagam a conta. Por isso,
a valorização da capacitação deve ser uma bandeira de todos nós.
Que
possamos continuar estudando, trocando experiências, participando de congressos
e apoiando eventos que promovam o desenvolvimento do paisagismo. Um mercado
mais profissional, mais técnico e mais ético é, sem dúvida, melhor para todos.