11 dezembro 2024

Como Nasce um Projeto de Paisagismo

 

A criação de um projeto de paisagismo é um processo que, embora possa parecer simples e direto para alguns, geralmente envolve uma jornada complexa, meticulosa e criativa. A inspiração espontânea pode surgir em certos momentos, mas no dia a dia de um escritório profissional, o que se destaca é a soma de experiência, estudo, pesquisa e inúmeras tentativas e ajustes que culminam em soluções que atendem a todas as necessidades do cliente e do espaço.

O caminho para um projeto bem-sucedido exige uma abordagem estruturada. É comum que iniciantes, ansiosos por resultados rápidos, comecem pelo fim, escolhendo plantas antes mesmo de definir a concepção geral do espaço. No entanto, essa inversão de etapas pode comprometer a harmonia e a funcionalidade do projeto. Em nosso escritório, preferimos construir o projeto "desde o alicerce", acrescentando camadas de definição e detalhamento a cada etapa. Isso significa que, muitas vezes, revisamos e ajustamos elementos que pareciam definidos – trocando, por exemplo, uma árvore ou arbusto por outro mais adequado ao conjunto.

O ponto de partida: a integração com a arquitetura


O primeiro passo de qualquer projeto de paisagismo é estudar o projeto arquitetônico e entender o entorno. É aqui que definimos as relações que desejamos estabelecer: integração ou separação de ambientes? O paisagismo deve funcionar como uma ponte entre o construído e o natural, criando vínculos visuais e funcionais.

Frequentemente, enxergamos o jardim como uma extensão dos espaços internos, favorecendo a transição fluida entre ambientes. Essa visão permite que o verde invada a casa por portas e janelas, trazendo frescor e conexão com a natureza. A interação entre os projetos de arquitetura e paisagismo, nesse momento, é essencial para garantir essa harmonia.

Materializando ideias



À medida que avançamos no processo, o projeto vai ganhando forma. Materiais, texturas e cores são definidos, dando corpo às ideias iniciais. A escolha da vegetação, antes vista como algo puramente estético, revela-se um exercício técnico que considera clima, localização, insolação, sombreamento e outros fatores específicos do espaço. Tamanho de floreiras, profundidade de canteiros, beirais e outras estruturas exigem soluções criativas que conciliem beleza e funcionalidade.

Os detalhes que fazem a diferença

Na fase final, o projeto executivo é elaborado com um alto nível de detalhamento. Ele inclui plantas técnicas, especificações de materiais, quantitativos, fichas técnicas e manuais de implantação e manutenção. Cada etapa é acompanhada de perto, garantindo que a execução seja fiel ao que foi concebido no papel.

No paisagismo, o processo criativo é tão importante quanto o resultado. O sucesso de um projeto não está apenas na beleza do jardim pronto, mas na sua capacidade de responder aos desafios, integrar ambientes e oferecer experiências únicas e memoráveis aos seus usuários. Afinal, um bom paisagismo é mais do que um complemento estético: é um elemento vivo, que evolui e transforma os espaços ao seu redor.



22 novembro 2024

Infinity Blue - Piçarras SC

 


No Balneario de Piçarras, no litoral norte de Santa Catarina nosso escritorio entregou o projeto do Infinity Blue.  Um desafiador projeto frente ao mar, com projeto arquitetornico da Equipe Elmor de Curitiba. 

Navegue para conhecer mais deste empreendimento no litoral de Santa Catarina

Infinity Blue

20 novembro 2024

Mudanças Climáticas e Nosso Pequeno Grão de Areia

 Vivemos cercados por uma enxurrada de informações sobre aquecimento global, mudanças climáticas e outros nomes que variam conforme quem traz o tema à tona. A urgência em torno desses tópicos faz com que sejamos convocados, como cidadãos e profissionais, a nos posicionar. Temos responsabilidade, e é sobre isso que gostaria de compartilhar algumas ideias neste espaço.

 

Não pertenço ao grupo dos "ecochatos" de plantão nem sou um seguidor fervoroso de figuras midiáticas como Greta Thunberg, Leonardo DiCaprio ou outros tantos que, quando convém, levantam essa bandeira. No entanto, defendo e milito por cidades mais verdes, permeáveis, arborizadas e, principalmente, mais humanas. Se essa também é sua visão, siga a leitura, pois vamos falar sobre como nossa atuação profissional pode e deve contribuir para construir cidades mais verdes e sustentáveis.



 

Embora estudos mostrem que as cidades estão mais quentes, não precisamos de ciência para sentir na pele a diferença entre caminhar em uma rua arborizada e outra sem árvores. As chamadas "ilhas de calor" são o reflexo de décadas de escolhas que priorizam o asfalto e o concreto: especulação imobiliária, priorização de carros, ocupação de áreas de várzea e margens de córregos, impermeabilização do solo e destruição das áreas verdes remanescentes. Cidades estão se tornando espaços hostis para as pessoas.

 

Ruas arborizadas e sombreadas são mais frescas, com uma diferença de temperatura que pode chegar de 7 a 10 graus em relação às áreas sem árvores. A presença de áreas permeáveis em contraste com o concreto também faz uma diferença enorme. Nós, enquanto profissionais, podemos e devemos fazer parte dessa mudança. Precisamos projetar espaços com mais árvores, arbustos e áreas permeáveis, escolhendo materiais que retenham menos calor, que reflitam mais luz e permitam a melhor infiltração da água de chuva. Mas, a grande pergunta é: estamos fazendo isso? Infelizmente, muitas vezes, não.

 

Em vez de adicionar árvores à paisagem urbana, muitas vezes as suprimimos; quando mantemos a vegetação, priorizamos plantas de ciclo curto e que mal sobrevivem no ambiente urbano, removendo árvores “que sujam a calçada” ou para “não esconder a fachada”. Precisamos perceber que essas escolhas contribuem diretamente para as mudanças climáticas e aumentam o desconforto térmico nas cidades. Ao tratarmos a vegetação apenas como um elemento decorativo, deixamos de lado seu papel vital na sustentabilidade urbana.

 

É essencial compreender que o ambiente urbano é artificial e construído. É importante priorizar, sempre que possível, plantas nativas, mas não podemos simplesmente reproduzir a Mata Atlântica ou outros biomas no ambiente urbano. Precisamos escolher as espécies que mais se adaptam a esse contexto: aquelas que crescem bem, com copa que oferece sombra consistente, que não produzam frutos que possam ser perigosos para pedestres. Parece complicado? Ótimo. Isso demonstra que é preciso investir em estudo, planejamento e especialização para que possamos projetar cidades mais verdes, resilientes e saudáveis.

 

Os gráficos incluídos ilustram o longo caminho que ainda temos pela frente, mas é importante lembrar: cada árvore, cada metro quadrado de área permeável, é nosso pequeno grão de areia na construção de cidades mais humanas e sustentáveis.

07 novembro 2024

Barra Home Resort - Itapoá SC

 

 O nosso escritorio projeto o paisagismo do Barra Home Resort da construtora Rottas em Itapoá, Santa Catarina. 

Entre outros escritorios tivemos a oportunidade de trabalhar com a equipe da Rottas, da Realiza Arquitetura, e da Jatto Urbano. 

04 novembro 2024

Landscape - Rôgga Penha SC

 O Landscape é o primeiro empreendimento temático do Brasil. Localizado em Penha, no litoral norte catarinense, próximo ao Parque Beto Carreiro e frente à praia de Armação de Itapocoroi. Numa localização privilegiada com uma vista espetacular da Bahía que formam as praias de Penha e do Balneário de Piçarras.


O projeto de paisagismo foi desenvolvido em sintonia com as equipes da Rôgga, da Realiza, da KZA, da Arktematica e das demais disciplinas envolvidas, Neste projeto tivemos a liberdade de poder interagir de forma mais próxima com a natureza, a área de intervenção esta rodeada por uma área de preservação permanente que se integra a paisagem e ao projeto. A topografia representou um desafio adicional, o terreno em morro exigiu da nossa equipe um trabalho criterioso de taludes, planos inclinados e áreas planas que permitissem ocupar o terreno da forma mais natural e com a menor intervenção.

Os espaços foram projetados para serem vividos, sentidos e utilizados por todos. Sem as limitações de espaço dos projetos tradicionais o Landscape nos permitiu criar além do convencional. A vegetação escolhida é a própria do litoral e foram priorizadas as arvores frutíferas nativas e as plantas de flor adequadas ao clima e condições da região.



O plantio de arvores para dar sombra no verão e a escolha prioritária de arvores frutíferas que proporcionem abrigo e alimentação para a avifauna da região e integra a área do projeto com a área de preservação permanente que margeia o Landscape foram diretrizes que norteiam o projeto.

Para as piscinas e áreas de lazer no nível pilotis a proposta de floreiras e de fachadas vegetadas para integrar as fachadas dos níveis garagem, com os jardins e as áreas de lazer.