27 outubro 2011

Calçadas e sarjetas drenantes: projetos orientados podem aumentar a capacidade das cidades na retenção das águas de chuva

"Geólogo escreve segundo artigo de série sobre medidas não estruturais para a minimização de enchentes


Enchentes: ajardinem suas calçadas

Com o artigo anterior "Enchentes: não tirem a serapilheira", iniciamos uma série de textos dedicados à demonstração da importância das medidas ditas não estruturais no combate às enchentes urbanas. Esses textos estão concebidos para, o mais didaticamente quanto o espaço permite, orientar ações técnicas que podem perfeitamente ser adotadas pela sociedade e pelas administrações públicas desde já, por sua simples deliberação, sem nenhuma necessidade burocrática que os desestimule a tanto.

Hoje falaremos das calçadas drenantes e das sarjetas drenantes. Mas antes, vamos recuperar o que já foi esclarecido no primeiro artigo sobre as principais causas das enchentes urbanas. E vamos todos também saber que as medidas não estruturais são aquelas que, inteligentemente, atacam diretamente as causas das enchentes e não somente suas consequências.

Sobre as principais causas de nossas enchentes urbanas, não há hoje mais a menor dúvida sobre quais sejam: a impermeabilização generalizada da cidade, o excesso de canalização de cursos d'água e a redução da capacidade de vazão de nossas drenagens pelo volumoso assoreamento provocado pelos milhões de metros cúbicos de sedimentos que anualmente provêm dos intensos processos erosivos que ocorrem nas frentes periféricas de expansão urbana.

Esse quadro determina o que podemos chamar a equação das enchentes urbanas: volumes crescentemente maiores de água, em tempos sucessivamente menores, escoados para drenagens naturais ou construídas progressivamente, incapazes de lhes dar vazão.

Álvaro Rodrigues dos Santos
Agradável e funcional calçada ajardinada, executada e mantida pelo morador

Diante de um cenário assim colocado, qual seria a providência mais inteligente e imediata para combater as enchentes? Sem dúvida, concentrar todos os esforços em reverter a impermeabilização das cidades, fazendo com que a região urbanizada recupere sua capacidade original de reter as águas de chuva, seja por infiltração, seja por acumulação. Concomitantemente, promover um intenso combate técnico à erosão provocada por obras pontuais ou generalizadas de terraplenagem. Ou seja, fazer a lição de casa, parar de errar. Parece fácil, mas não é. Essa mudança de atitude exigirá uma verdadeira revolução cultural na forma como todos, especialmente nossa engenharia e nosso urbanismo, até hoje têm visto suas relações com a cidade.

Tomada a decisão dessa mudança cultural, haverá à mão, inteiramente já desenvolvido, um verdadeiro arsenal de expedientes e dispositivos técnicos para que esse esforço de redução do escoamento superficial das águas de chuva seja coroado de sucesso: calçadas e sarjetas drenantes; pátios e estacionamentos drenantes; valetas, trincheiras e poços drenantes, reservatórios para acumulação e infiltração de águas de chuva em prédios, empreendimentos comerciais, industriais, esportivos e de lazer; e multiplicação dos bosques florestados, ocupando com eles todos os espaços públicos e privados livres da cidade.

Álvaro Rodrigues dos Santos
Croqui executivo do conjunto sarjeta e calçada drenantes


E então chegamos ao ponto. Considerada essa enorme importância em reter águas de chuva, faz sentido que nossas calçadas sejam em sua quase totalidade totalmente impermeáveis? Somente a cidade de São Paulo tem cerca de 17 mil km de ruas. Obviamente, há nesse conjunto ruas e calçadas de todos os tipos, mas vamos considerar que em ao menos metade dessa extensão total haja condição de se implantar faixas permeáveis, com largura média de 1 m (sempre com o cuidado de se manter uma faixa cimentada lisa mínima de ao menos 0,90 m para o trânsito de uma cadeira de rodas). Teríamos então algo como 17 mil m2 (consideradas as duas calçadas de cada via) de áreas francamente apropriadas para absorver e reter águas de chuva.

Para o estímulo à adoção dessa simples e agradável providência, uma boa ideia seria a criação de um incentivo tributário para o proprietário frontal implantá-las e mantê-las. Medida isoladamente suficiente para evitar enchentes? Claro que não, mas que, se consideradas como parte de um enorme conjunto de outras medidas não estruturais de mesma natureza, seguramente mudariam a história desses fenômenos urbanos.

Álvaro Rodrigues dos Santos
A atual incongruência impermeabilizante pró enchentes (esq.) e como deveriam ser as sarjetas e calçadas no âmbito de uma nova cultura urbanística


Vamos a um outro ótimo expediente: as sarjetas drenantes. As águas de chuva que caem sobre a cidade em algum momento correm sobre sarjetas, hoje paradoxalmente totalmente impermeáveis. Sarjetas orientadamente projetadas para permitir a infiltração e até a acumulação de águas de chuva funcionariam como verdadeiras armadilhas para a redução do escoamento superficial. Em um programa de implantação progressiva dessas sarjetas drenantes, e ainda usando o exemplo da cidade de São Paulo, teríamos ao final a colossal extensão de 34 mil km de um ótimo expediente de retenção de águas de chuva.

No próximo artigo, trataremos de outras medidas não estruturais de combate às enchentes: os reservatórios domésticos e empresariais.

Geólogo Álvaro Rodrigues dos Santos (santosalvaro@uol.com.br)
Ex-diretor de planejamento e gestão do IPT e ex-diretor da divisão de geologia; autor dos livros "geologia de engenharia: conceitos, método e prática", "a grande barreira da serra do mar", "diálogos geológicos" e "cubatão"; consultor em geologia de engenharia, geotecnia e meio ambiente e membro do conselho de desenvolvimento das cidades da Fecomércio."

Fonte: Piniweb

24 outubro 2011

Jardim Vertical - Paisagismo Residencial

Mais um Projeto de Jardim Vertical da A Boa Vista Paisagismo é executado.
Só que este tem um diferencial; a técnica permite que o Jardim seja modificado constantemente, utilizando novas plantas ou até mesmo relocando as plantas existentes.
Entre um Projeto Executivo bem detalhado e até um Protótipo da Estrutura utilizada, este "Painel Verde" virou a sensação desse Jardim Residencial.



21 outubro 2011

Paisagismo Vertical

Às vezes verticalizar um jardim é a solução para espaços pequenos.
Nesse exemplo, um jardim residencial, a resposta para um pequeno espaço destinado a iluminação e ventilação da casa foi criar um "toten verde", um tipo de Jardim Vertical.
O Platycerium foi eleito como planta principal, que compõe com as orquídeas que o morador vai adquirindo com o tempo.


Vista da Garagem

Vista da Escada



17 outubro 2011

73ª Festa das Flores

O mês de Novembro será movimentado no Setor de Plantas em Joinville. Paralelo ao já tradicional Festival de Hemerocallis e a Festa das Flores, ocorre também o "XVIII Congresso Brasileiro de Floricultura e Plantas Ornamentais" juntamente com "V Congresso Brasileiro de Cultura de Tecidos de Plantas".
Mais informações AQUI.

"A Festa das Flores de Joinville apresenta em 2011, entre os dias 11 e 16 de novembro, sua 73ª edição. Com o tema: “JOINVILLE E SUA GENTE: 160 ANOS DE UMA HISTÓRIA DE AMOR”, mais de 200 mil pessoas são aguardadas pela Agremiação Joinvilense dos Amadores de Orquídeas (AJAO) e Fundação Turística de Joinville, organizadores do evento.



Flores em Joinville

A Festa das Flores de Joinville nasceu com o objetivo de manter a tradição do cultivo e encanto pelas flores. Há mais de sete décadas, a cidade rende sua homenagem às orquídeas, todos os anos, no mês de novembro. É a festa oficial da cidade, prestigiada anualmente por cerca de 180 mil pessoas, vindas de todo o Brasil e do exterior.

A Festa das Flores de Joinville é considerada a mais antiga do gênero no Brasil. Desde 2008, acontece a cada dois anos, a Exposição Internacional. O evento é realizado pela Agremiação Joinvilense de Amadores de Orquídeas (AJAO) e pela Prefeitura Municipal de Joinville, por meio da sua Fundação Turística.

73ª Festa das Flores de Joinville

Data: de 11 a 16 de novembro de 2011

Local: Complexo Expoville
Rua XV de Novembro, nº 4315
Bairro: Glória
Joinville – SC

Horários:
11/11, das 14 às 22 horas.
12 a 15/11, das 9 às 22 horas.
16/11, das 9 às 20 horas.
Shows nacionais no Pavilhão Externo: a partir das 22 horas.

Um pouco de história

A história do cultivo de flores em Joinville tem origem no processo de ocupação do território pelos imigrantes europeus, a partir de 1851. Ao abrirem espaço na Mata Atlântica para a construção de suas casas e do novo povoado, se depararam com exuberantes espécies de orquídeas nativas. Encantados pela beleza dessas flores nativas, passaram a recolher as plantas e, vez por outra, as reuniam para admirá-las e comparar as variedades. Neste contexto é que surge a primeira Exposição de Flores e Artes (EFA), em 1936. Desde esta data, a festa somente foi interrompida nos anos de 1942 e 1943, em decorrência da 2ª Guerra Mundial.

Registros da festa na década de 50 e 60.

A cada ano, a Festa das Flores tem um tema central. Em 2005 o tema foi “Preservação da Água”; em 2006, “Jardim dos Sentidos”; em 2007 o tema foi “Biodiversidade”, em 2008 o tema foi “Aquecimento Global“, em 2009, a comemoração dos “180 Anos de Imigração Alemã em Santa Catarina” e, em 2010, "SOS Mata Atlântida", em sintonia com o Ano Internacional da Biodiversidade das Nações Unidas."


Fonte

07 outubro 2011

Estacionamento em Barueri recebe 22 mil m² de pavimento permeável

"Blocos intertravados têm maior espaçamento entre si e base do piso, sem compactação, é formada por materiais granulares que permitem a passagem da água

Mauricio Lima

O estacionamento do Parque Shopping Barueri, na região metropolitana de São Paulo, contará com cerca de 22 mil m² de pavimento intertravado permeável, a maior área desse tipo de piso já instalado no País. A tecnologia é implantada pela Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) e a obra é executada pela Construcap.



Base do pavimento é feita com materiais granulares de diferentes tamanhos



Segundo o Gerente de Projetos de Inovação da ABCP, Cláudio Oliveira Silva, a principal diferença com relação aos pavimentos comuns é que a base não é compactada. "No caso do pavimento permeável, diferentemente do pavimento intertravado convencional, a camada de assentamento é composta por um material um pouco mais grosso que a areia, para proporcionar os vazios que permitem a passagem da água", diz.




Os blocos intertravados são espaçados em 6 mm, que depois serão rejuntados com um tipo de brita mais grossa, que permanece estável no solo. O material fino seria levado pela água e acabaria se assentando, deixando espaços indesejados na parte superior e causando movimentação ou afundamento dos blocos. O pavimento permeável não pode, no entanto, ser utilizado em locais de tráfego pesado. No caso da obra em Barueri, os caminhões passarão por uma via com piso intertravado comum.

O engenheiro explica que em locais onde o solo é mais compacto, dificultando a absorção da água, é possível instalar um sistema de drenagem. Nesses casos, o piso também proporciona o retardo da chegada da água ao sistema de drenagem, impedindo sua saturação em caso de grandes chuvas. Isso porque a água tem de passar por uma camada de quase 1 m de brita até chegar ao cano. Além disso, essa demora faz também com que a temperatura do piso diminua, reduzindo a quantidade de ilhas de calor.

O processo de instalação é relativamente rápido. Segundo Silva, os 22 mil m² de pavimento permeável foram instalados em aproximadamente 40 dias.

Com relação ao custo, o engenheiro afirma que não há muita diferença de preço, já que em um sistema de pavimento comum seria necessário criar canaletas e bueiros, aumentando o custo da obra.

Para verificar a permeabilidade do pavimento, é realizado um ensaio onde o piso é inicialmente saturado. Depois disso, é medido o tempo que a água leva para ser absorvida pelo pavimento. Com base em um cálculo de coeficiente de infiltração, o pavimento é classificado como de alta, média ou baixa permeabilidade.

A ABCP está trabalhando atualmente na adaptação para o Brasil da norma técnica norte-americana para esse tipo de pavimento"


Fonte : PINIWEB.