20 dezembro 2018

Memorial Técnico para a manutenção de Jardins Industriais e Comerciais



MEMORIAL DESCRITIVO DOS SERVIÇOS DE MANUTENÇÃO DE JARDINS INDUSTRIAIS E COMERCIAIS


GRAMADO

Os trabalhos necessários para a manutenção de um gramado são os seguintes:

Corte de grama

A frequência variará ao longo do ano, podendo estabelecer de todo modo as seguintes frequências máximas:

- Verão: um corte à cada 10 dias.
- Primavera e Outono: um corte à cada 15 dias.
- Inverno: um corte à cada 25 dias.

A altura da grama deverá ter no mínimo +/- 2 cm e no máximo +/- 3,5 cm. As aparas de grama deverão ser recolhidas depois de cada corte em todos os canteiros, calçadas e meio fio deverão ser cortados de forma que a grama não os cubra, mas sem deixar uma valeta entre o gramado e o meio fio.

Os cortes deverão ser mais frequentes nas épocas de crescimento da grama de modo que a grama não exceda a altura máxima recomendável, as variações permitidas serão de /- 15 %, para este capítulo específico.

Adubação

As frequências e quantidades de adubo à serem usados dependerão da época do ano e do tipo de adubo à ser usado, podemos considerar como válidas as frequências e quantidades seguintes:


500 Kg por cada 10.000 m2 por ano distribuídos da forma seguinte: 250 Kg de adubo composto tipo 10-10-10 ou similar em duas aplicações anuais, sendo uma no início da primavera e outra no inicio do verão, e 250 Kg. de Urea aplicada diluída com água na proporção de 2% e em 10 aplicações anuais, não aplicando nos meses em que se use outro tipo de adubo.

Inseticidas, acaricidas e fungicidas

Aplicação de inseticidas, acaricidas e fungicidas, se aplicarão ao longo do ano conforme as necessidades, ficando estabelecido que serão feitos tratamentos preventivos mensalmente com fungicidas no outono, e com inseticidas e acaricidas na primavera e verão, independentemente dos tratamentos que se façam necessários. Todas as normas de segurança serão executadas pela contratada cabendo a ela a única responsabilidade por acidentes que mal uso possam vir a produzir. Todos os produtos fitossanitários deverão ser submetidos a aprovação pela contratante
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Controle do mato

O maior problema em grandes áreas de grama é a aparição do mato, de tal forma que a sua falta de controle possa vir a ocasionar até a perda total dos gramados, para evitar que isto aconteça, o mato deverá ser arrancado até a raiz com uma ferramenta apropriada, em caso de que o mato seja persistente e não possa ser controlado por estes meios, será preciso fazer aplicações localizadas de herbicidas seletivos, ou de herbicidas sistêmicos tipo Roundup ou similar a base de Glifosato. No caso que a falta de manutenção ocasione a perda do gramado, poderá ser responsabilizada a empresa contratada, para que fique caracterizada a responsabilidade. Deverá ficar registrado oportunamente no relatório semanal se não forem tomadas medidas oportunas e suficientes. Nunca poderá ser deixado florescer o mato e segmentar, caso isto aconteça deverá ser registrado no relatório semanal e terá um peso decisivo para poder determinar a responsabilidade da contratada nos problemas que eventualmente possam vir a acontecer, que já foram anteriormente enumerados.

Rega

A rega do gramado será necessário quando persista uma seca que comprometa o desenvolvimento das plantas

Cobertura

Anualmente e naquelas áreas que precisem deverá ser feita uma cobertura com barro de jardim peneirado, acrescentado esterco e areia nas seguintes proporções:
30 % barro de jardim
20 % de esterco curado e esterilizado, podem ser usadas outras fontes de materia organica
50 % de areia de rio lavada
Esta cobertura deverá ser feita no inverno e deve formar uma camada uniforme de 1,5 a 2,5 cm. este serviço deverá ser feito no mínimo em cada área de 5 em 5 anos.

Bosque

Os trabalhos de manutenção do bosque serão os seguintes:
Roçada do mato
Corte do mato com roçadeira costal o foice, mantendo uma altura máxima de 10 cm., mas deixando todas as árvores novas que estejam brotando de um modo natural, para a recuperação do bosque natural.

Poda

Efetuar as podas de formação e desbastes necessários para o perfeito desenvolvimento das árvores e do bosque como um todo.

Retirada e corte de árvores

As árvores mortas deverão ser cortadas e retiradas do local, podendo a contratante exigir que sejam arrancadas até as raízes se assim for preciso, qualquer corte que represente a supressão de mais de 1/3 da copada de uma árvore deverá ser autorizada por escrito.

ÁRVORES

Cada árvore deverá ser submetida ao longo do ano a uma série de trabalhos de manutenção que a seguir relacionamos:

Poda

As árvores de folha caduca, as de flor e outras que possam vir a precisar deverão ser podadas anualmente, a poda dependerá do tipo de árvore e do resultado desejado, as podas poderão ser de dois tipos: de formação e de limpeza. A primeira só poderá ser realizada no inverno o na época de repouso vegetativo da planta, a de limpeza poderá ser realizada ao longo de ano, sempre que não represente perda de mais de 1/5 de copa de uma árvore.
Todas as feridas deverão ser fechadas com uma pasta cicatrizante com fungicida na sua composição, para evitar ataque de fungos nas feridas abertas.

A poda deverá sempre seguir os padrões e as normas que existem e que deverão ser de conhecimento da contratada, podendo ser responsabilizada a mesma pela perda de uma árvore como resultado de uma poda mal realizada,
correspondendo como penalidade neste caso a obrigação de repor a planta por outra de igual espécie e tamanho similar, na sua impossibilidade, ter descontada a diferença em dinheiro

Adubo

As árvores podem ser adubadas 2 vezes por ano, com 200 gr. de adubo composto tipo 10-10-10 ou similar, em duas aplicações anuais uma, no início da primavera e outra no início do verão, a quantidade adubo pode mudar de árvore à árvore dependendo do tamanho, idade e localização, as quantidades só servem a nível indicativo.

Limpeza

Periodicamente, sempre dependendo das necessidades, as árvores serão limpas, escovando o tronco e os galhos para eliminar parasitas e incrustações, estes trabalhos formam parte da manutenção geral do jardim.

Inseticidas, acaricidas e fungicidas

Aplicação de inseticidas, acaricidas e fungicidas, se aplicarão ao longo do ano conforme as necessidades, ficando estabelecido que serão feitos tratamentos preventivos mensalmente com fungicidas no outono, e com inseticidas e acaricidas na primavera e verão, independentemente dos tratamentos que se façam necessários. Todas as normas de segurança serão executadas pela contratada cabendo a ela a única responsabilidade por acidentes que mal uso possam vir a produzir. Todos os produtos fitossanitários deverão ser submetidos a aprovação pela contratante.

FLOR DE ÉPOCA ou ANUAIS

Os canteiros de flor de época precisaram dos seguintes serviços:

Preparação dos canteiros

Cada vez que sejam plantados de novo, os canteiros precisarão serem refeitos, arrancando primeiro todas as plantas remanescentes, e cavando a terra superficialmente para retirar as raízes restantes e ao mesmo tempo enterrar os restos de matéria orgânica usados como cobertura morta, uma vez feita esta operação, procederemos a colocar esterco curado e esterilizado na proporção de 40 litros por 10 m², procedendo depois a um novo trabalho de enterrar o esterco, devendo nesta ocasião trabalhar a terra a uma profundidade mínima de 20 cm, depois de destorroado o barro e conformado o canteiro, se procederá a plantação propriamente dita, se o barro estiver muito seco é aconselhável regar nas 48 horas que antecederão a plantação, não poderão os jardineiros caminhar sobre os canteiros preparados, só poderão se apoiar com ajuda de tábuas, para não compactar o solo. Uma vez plantadas as flores de época, deverão ser regadas de novo e manter uma boa umidade durante os primeiros 10 dias. É importante combater a aparição de mato entre as plantas para isto é aconselhável usar cobertura morta entre as plantas, no caso de usar serragem ou casca de arroz deverá se molhar a cobertura morta com Urea diluída em água a 2 % ao menos uma vez por mês, para facilitar o processo de nutrificação. Aquelas plantas de flor de ciclo longo que precisem ser despontadas ou deverão ser depois da formação do primeiro botão, este trabalho deverá ser feito manualmente e indicadas as plantas que precisem.

Rega

A rega dos canteiros será necessário quando persista uma seca que comprometa o desenvolvimento das plantas.

Adubação

Trimestralmente e por ocasião da renovação dos canteiros será colocado adubo químico tipo 10-10-10 ou similar na proporção de 15 gr. por m², no caso que os canteiros somente sejam trocados quadrimestralmente esta adubação será feita também quadrimestralmente.

Limpeza

Serão retiradas constantemente todas as partes necrosadas e que possam apresentar risco de desenvolvimento de fungos ou de doenças, ou que possam servir como hospedeiras de insetos patogenos.

Inseticidas, acaricidas e fungicidas

Aplicação de inseticidas, acaricidas e fungicidas, se aplicarão ao longo do ano conforme as necessidades, ficando estabelecido que serão feitos tratamentos preventivos mensalmente com fungicidas no outono, e com inseticidas e acaricidas na primavera e verão, independentemente dos tratamentos que se façam necessários. Todas as normas de segurança serão executadas pela contratada cabendo a ela a única responsabilidade por acidentes que mal uso possam vir a produzir. Todos os produtos fitossanitários deverão ser submetidos a aprovação pela contratante.


ARBUSTOS

Operações indicadas

Poda e corte

Os arbustos deverão ser podados periodicamente, se considerarão três tipos básicos de poda dentro das operações normais de manutenção, a primeira é a poda de manutenção que tem como função manter o tamanho da planta dentro das características dela própria e do lugar onde foi plantada, esta poda pode ser feita em qualquer época do ano, sempre que não comprometa a floração; a segunda poda é a de formação, que deverá ser feita preferivelmente na época de repouso da planta, serve para desenvolver corretamente a planta corrigindo eventuais malformações e defeitos; a terceira poda é a de recorte que se utilizará para cerca viva, e deverá ser feita cada vez que a planta exceda em 1/10 a sua altura ou a sua largura.

Adubo

Os arbustos podem ser adubados 2 vezes por ano, com 100 gr. de adubo composto tipo 10-10-10 ou similar, em duas aplicações anuais, uma no início da primavera e outra no início do verão, a quantidade de adubo pode variar de planta para planta dependendo do tamanho, idade e localização, as quantidades só servem a nível indicativo.

Limpeza

Periodicamente, sempre dependendo das necessidades os arbustos serão limpos, escovando o tronco e os galhos para eliminar parasitas e incrustações, estes trabalhos formam parte da manutenção geral do jardim.

Inseticidas, acaricidas, fungicidas

Aplicação de inseticidas, acaricidas e fungicidas, se aplicarão ao longo do ano conforme as necessidades, ficando estabelecido que serão feitos tratamentos preventivos mensalmente com fungicidas no outono, e com inseticidas e acaricidas na primavera e verão, independentemente dos tratamentos que se façam necessários. Todas as normas de segurança serão executadas pela contratada cabendo a ela a única responsabilidade por acidentes que mal uso possam vir a produzir. Todos os produtos fitossanitários deverão ser submetidos a aprovação pela contratante.

Rega

A rega dos arbustos será necessário quando persista uma seca que comprometa o desenvolvimento das plantas.

Observações

Em nenhum momento a contratada poderá realizar alterações no paisagismo sem autorização expressa da contratante, especialmente na substituição de plantas, mesmo que estas alterações visem uma melhoria aparente do jardim.
A empresa contratada terá sob sua responsabilidade a manutenção e desenvolvimento do vivero atualmente existente, podendo ser obrigada a manter uma cota mínima de produção para eventuais substituições, estas cotas estabelecidas de comum acordo, deverão contemplar a área física disponível e o pessoal humano envolvido.

17 dezembro 2018

Como reduzir os custos de manutenção do jardim - Podas (3)

Como reduzir os custos de manutenção do jardim (3)

Podar ou não podar? esta é a questão. Se acompanhamos atentamente o trabalho do jardineiro veremos que cada vez mais, mais tempo é dedicado a poda dos arbustos. A moda da topiaria tem feito que os jardins tenham cada dia mais plantas topiadas e esta é uma atividade que toma tempo e tem um custo elevado. Mas é preciso podar? É mesmo necessário podar do jeito e com a frequência que o estamos fazendo, ou tudo isso não é mais que um desperdício de tempo e principalmente de mão de obra e por tanto de dinheiro? Uma manutenção mais econômica e mais natural deve reduzir as podas ao mínimo necessário.




Podas

Nada contra os buxinhos (Buxus sempervirens) nem contra as murtas (Murraya paniculata) ou contra as mini pitangas (Eugenia matosii) mas nenhuma destas plantas e tantas outras, não precisariam ser topiadas. A topiaria alias teve seu início no império romano e era trabalho feito por escravos, depois teve seu auge nos jardins franceses de Versailles, onde os arbustos que formavam os canteiros e as cercas vivas eram cuidadosamente podados por um exercito de jardineiros que com milimétrica precisão não permitiam que uma única folha estivesse fora do alinhamento perfeito.




A nossa realidade hoje não pode conviver com este tipo de jardins, sua manutenção é custosa e exige a presença constante de jardineiros que preservem a forma e o tamanho de cada um dos arbustos. Para um jardim sustentável devemos considerar um projeto mais natural, com formas menos rígidas e que não precise de podas constantes.
A pergunta seguinte é logica: “Então não é preciso podar?” Sim. Precisamos podar regularmente. Para manter um jardim em boas condições de sanidade e para manter a escala ou até para ter uma melhor floração e desenvolvimento as plantas devem ser podadas. Para isso devemos entender que há diversos tipos de podas e que cada uma delas tem a sua função e importância. As podas mais importantes são:

- Manutenção

- Formação

- Floração

A poda de manutenção tem como objetivo que a planta mantenha o tamanho previsto no projeto, na sua etapa adulta. Além de manter o tamanho e o porte a poda de manutenção busca manter a forma natural de cada planta, corrigindo deformações resultado da sua localização, da insolação ou de manutenções incorretas, inclusive por acidentes naturais. A poda de manutenção não tem uma frequência preestabelecida, mas podemos considerar que seja necessária no máximo uma única vez ao ano.

No seu estagio juvenil a maioria de plantas precisam de podas de formação para ajudar a que se desenvolvam bem, se mantenham mais sadias e possam alcançar o estado adulto em perfeitas condições. Esta poda implica a retirada do excesso de galhos, a priorização dos galhos principais e a supressão de galhos magros, doentes ou em duplicidade. Deve ser feita na fase de formação da planta, período que dependerá da vida útil de cada planta. No máximo uma ou duas vezes ao ano. Algumas vezes esta poda se faz necessária para corrigir, no momento imediatamente posterior ao plantio, os defeitos que possam ser resultado de um mal cultivo inicial ou de deformações naturais.

Cada planta tem características próprias e a maioria delas precisa, para ter uma maior floração, ser podada na época adequada e da forma certa. Há uma relação direta entre poda e floração, plantas que não sejam podadas corretamente florescem menos, se desenvolvem pior e acabam muitas vezes morrendo ou perdendo vigor até o ponto que seja necessário substitui-las por outras novas ou mais sadias. Para poder realizar estas podas da forma adequada é preciso conhecer cada planta, saber a época de floração, saber quando e como podar e lamentavelmente a maioria dos jardineiros não profissionais não tem este conhecimento. Por isso é comum ver plantas não florescer por falta de poda na época certa, o até morrer por podas incorretas. 




Bons exemplos de plantas que precisam de podas para florescer melhor são as roseiras (Rosa sp), as espirradeiras (Nerium oleander) Hortensias (Hidrangea macrophylla) ou os resedás (Lagerstroemia indica), Hemerocallis, Russelias, Plumbagos e Alamandas são outras que precisam ser podadas uma vez ao ano para manter o vigor e intensidade das suas florações.

Nem a poda de manutenção, nem a de formação, nem a de floração devem ser confundidas com a poda estética ou topiaria que tem como único objetivo manter uma planta com um tamanho e uma forma que não lhe são naturais, mas que tem um objetivo estético e não vegetativo ou funcional. Assim que seria melhor esquecer um pouco a topiaria como uma alternativa e permitir que as plantas adquiram seu porte, forma e características naturais.