21 setembro 2018

+ Árvores



O dia da arvore coincide com o inicio da primavera. Uma boa oportunidade para refletir da importância das arvores no ambiente urbano, de como contribuem a melhorar a qualidade de vida, de como o verde melhora nosso estado de espirito, nossa saúde e até nossos negócios.

Estudos comprovam que ambientes arborizados geram um sentimento de felicidade. Arvores melhoram a qualidade do ar retirando poluentes do ar das cidades e contribuindo a melhorar a saúde. Arvores ajudam a abafar o barulho, massas arbóreas funcionam como abafadores de som e proporcionam ambientes mais silenciosos e agradáveis. A temperatura em ruas arborizadas é mais amena no verão e em alguns casos a redução de calor pode chegar até 9°C menos de temperatura.

Outros estudos mostram que o comercio em ruas arborizadas vende mais e é mais movimentado que em ruas sem arvores. Mais arvores significam mais e melhores negócios. Cidades mais verdes estimulam as pessoas a caminhar mais e ruas arborizadas são mais atrativas para caminhar. Pessoas que moram em cidades mais verdes ficam mais tempo ao ar livre e praticam mais esportes.

O resultado de cidades, parques, praças e espaços mais arborizados é uma sociedade mais sadia, mais alegre e feliz e um incremento nos negócios. Se tudo isso está demostrado e não é nenhum segredo a pergunta que deveríamos nós fazer no dia da arvore é por que não plantamos mais arvores? Por que ainda vemos as arvores como geradores de sujeira e como um problema para nossas cidades? Vamos plantar mais arvores, proteger as que bravamente teimam em sobreviver no ambiente urbano e fazer nossa parte para construir uma sociedade mais feliz.

19 setembro 2018

Faltou calçada?

Quando se quer plantar uma arvore sempre se pode. Se o passeio é estreito demais, devemos lembrar que há espaço na rua.


06 setembro 2018

Crianças de apartamento (2)

Em Parques, praças, condomínios e escolas é comum que as crianças tenham playgrounds ou espaços para brincar. Playgrounds com balanços, escorregadores, gangorras e outros equipamentos que determinam e definem as brincadeiras das crianças.

Há um movimento internacional que começa a questionar o modelo desses playgrounds que atendem a todas as normas de segurança, mas que não tem nenhum atrativo para as crianças, crianças cansam rápido destes brinquedos que não os estimulam, que no os desafiam. Há um dilema entre a segurança e a neutralização dos riscos dos brinquedos normatizados, arredondados, emborrachados e seguros e o dia a dia das crianças que trepam em arvores, pulam desde alturas cada vez maiores e buscam viver aventuras e superar desafios cada vez maiores.

Como exemplo incluo neste post uma fotografia que tomei no playground de uma escola em Freiburg na Alemanha. Tenho certeza que quem projetou o balanço não previu que um menino de 8 ou 9 anos o utilizaria daquela maneira.



Temos que aceitar que os playgrounds atuais são chatos, as crianças não gostam de brincar neles, alias parece que ninguém lembra mais que os brinquedos são projetados para que as crianças brinquem neles, o ideal seria que não quisessem sair deles, o que vemos hoje são brinquedos que na maior parte do tempo estão vazios e crianças inventando outras brincadeiras ou usando-os de forma bem diferente a como tinham sido projetados.



Há espaço para brinquedos mais desafiadores. Crianças maiores querem e precisam correr riscos maiores, vencer desafios é parte do processo de crescimento e desenvolvimento. Estamos vivendo uma época em que o medo e a preocupação com a segurança das crianças hão pasteurizado e deixado monótonos e sem graça os brinquedos e as brincadeiras. O mercado e as normas técnicas têm estimulado o desenho de brinquedos padrão de plástico com balanços, gangorras e escorregadores que reduziram completamente o risco, mas que não tem graça e são chatos.



Afortunadamente há um movimento que estimula os espaços de aventura, aqueles que apresentam desafios adequados a idade das crianças. Playgrounds feitos com pneus, cordas, tabuas, blocos de concreto. Em alguns casos as crianças podem usar martelos, pregos e até fogo, de forma segura e controlada.




É uma lufada de ar fresco, no meio de toda esta monotonia e mediocridade ver que arquitetos, pesquisadores, paisagistas, pedagogos e especialistas em desenvolvimento de crianças estão considerando a importância do risco para estimular a criatividade, a independência e a capacidade para resolver problemas e tomar decisões. Estes novos espaços de jogo de aventura são só o inicio de um processo que busca questionar o modelo de parques e espaços de lazer e como o desenho urbano deve ir além da visão e do modelo de sobre protetor que estabelecemos como padrão hoje. 

Nem vamos falar da emoção de construir uma casa na arvore.