29 agosto 2009

Jardim sobre laje


O jardim da cobertura do Edifício do Ministério da Cultura no Rio de Janeiro, é um dos trabalhos mais significativos da qualidade de Roberto Burle Marx.

O jardim se mantém impresionante mesmo depois de mais de 50 anos, um fato pouco comum e que merece reconhecimento, primeiro pelo fato que mesmo sendo um espaço publico a manutenção esteja acima da media, segundo porque a romaria de visitantes que diariamente percorrem os 16 andares para ter acesso ao visual imponente do jardim e do entorno é a melhor prova de como o trabalho é reconhecido.

Entre os visitantes, espanhóis, brasileiros, argentinos, franceses e de dezenas de outros países, que incluem na sua visita ao Rio de Janeiro o jardim do Edifício Capanema. O reconhecimento do trabalho de um génio, que se mantém atual e inspirador.

26 agosto 2009

Os Ficus do Rio


A cidade do Rio de Janeiro pelas suas condições de litoralidade, nível freático alto e clima tropical é o paraíso das figueiras, é difícil encontrar uma rua, largo ou praça que não conte com alguns exemplares.

Ao contrario dos ataques furibundos que alguns ecologistas de araque realizam aqui no sul e mais concretamente em Joinville ( Santa Catarina) os Ficus, quando mantidos, são árvores de excelente resultado para arborização urbana, as suas folhas coriaceas resistem bem a poluição produzida pela fumaça dos carros e ónibus. A sua enorme capacidade de purificar o ar, faz deles verdadeiros pulmões verdes.

Alem dos Ficus benjamina, também os Ficus religiosa, os gigantescos Ficus elastica decora e os Ficus lirata, formam parte da paisagem verde da cidade do Rio de Janeiro. A cidade continua replantando os exemplares que eventualmente tenham se perdido por conta de obras ou outras intervenções urbanas. Um belo exemplo é a rua Visconde de Albuquerque, com a formidável cobertura que os Ficus religiosa proporcionam e que recebe a zelosa manutenção e reposição do serviço de Parques e Jardins do Rio.

24 agosto 2009

Arborização urbana

Quando delimitadas por meio fio adequado, dificilmente as raízes das árvores, mesmo as mais vigorosas como as Figueiras (Ficus) chegam a ocasionar algum problema. Na maioria dos casos a má qualidade das calçadas e a falta de manutenção são as causas principais dos problemas que as árvores ocasionam.

A escolha adequada, deve ser complementada com uma manutenção regular e adequada. A maioria das cidades tem neglicenciado a manutenção de parques e jardins o que ocasiona uma perda significativa da qualidade de vida das pessoas e das cidades.

Em cidades como Joinville (Santa Catarina) as árvores não tem nenhuma manutenção e as plantas parasitas como a erva de passarinho, estão acabando com a arborização urbana. Sem podas de manutenção as árvores e plantas crescem sem controle e acabam ocasionando problemas em ruas e praças.

Jardim Vertical


Agora que todo o mundo parece ter descoberto os jardins verticais, seria bom lembrar que nos projetos de Roberto Burle Marx os jardins verticais já estavam presentes mais de 30 anos atrás.

No projeto de Parque Central, na década de 70, jardins de 7 a 9 metros de altura, permitiam resolver as diferenças criadas por 4 níveis de estacionamento e 3 níveis de mezzaninos.

No projeto do Banco Safra em São Paulo e nos da Xerox e do BNDES no Rio de Janeiro, soluções criativas com jardins verticais estavam na frente do seu tempo.

A execução de soluções verticais exige conhecimento técnico, para poder identificar as melhores plantas para cada local e principalmente as soluções de substrato e irrigação ideais para este tipo de jardim.

As plantas epifitas são as que melhor se adaptam a estas condições e a riqueza e a variedade das mesmas nos permitem soluções criativas e adequadas a cada situação.

14 agosto 2009

As Figueiras de Beria Rio


Audiência Publica sobre as Figueiras


A maioria dos participantes na audiência publica convocada para debater o futuro das figueiras da beira rio, ficou decepcionada com o baixo nível técnico das apresentações feitas pelos técnicos e especialistas convocados pelo poder publico. Se por um lado as apresentações feitas pelo poder publico se centraram em justificar o corte das figueiras, faltou qualidade e sobrou parcialidade nas apresentações.


No caso da Fundema, faltou dizer que entre 60 e 70 % das arvores plantadas pelo poder publico me ruas, parques e praças tambem são exóticas e que o seu desenvolvimento em geral é melhor do que as arvores nativas utilizadas em arborização urbana.


Para ajudar a lembrar aos leitores e recordar aos técnicos da prefeitura, os gêneros exoticos que dominam as nossas ruas e praças são:

* Koelreuterias
* Roysotneas
* Archantophoenix
* Lagerstroemias
* Hibiscus
* Ligustrum

Intencionalmente não inclui na lista os Fícus, tão criticados pelos técnicos da prefeitura, porque os Fícus não formam parte de um gênero exótico no Brasil. Em termos de desenvolvimento as arvores nativas presentes nas nossas ruas e praças apresentam um desenvolvimento sofrível.


As perguntas da platéia que participou da audiência publica faltou responder que os Fícus estão listados entre as 10 melhores plantas para filtrar os mais de 100 poluentes que se encontram no ar das grandes cidades, o trabalho realizado pelo Plants for Clean Air Council e que contou com o apoio da NASA e da EPA (Agencia Americana para a Proteção do Meio Ambiente), identificou as plantas que mais contribuem a melhorar a qualidade do ar. Também no trabalho realizado pelo Bloemen Bureau Holland em parceria com outras 6 entidades européias os fícus aparecem entre as 10 melhores plantas para produzir oxigeno, fixar poluentes e melhorar a qualidade do ar. Dados estes que não foram citados pelos técnicos da Fundema, que alias não conseguiram citar nenhuma utilidade para as Figueiras da Beira rio.


A empresa Geoforma, convidada pela Fundema, iniciou a sua apresentação destacando que mesmo sem as figueiras o talude é instável e oferece risco, o apresentador a pesar de justificar a sua falta de conhecimento sobre arborização, dedicou uma boa parte do seu tempo para propor o corte dos Ficus, alegando motivos pessoais, por não gostar da planta. Faltou técnica e seriedade, principalmente entre aqueles que forma convocados para informar e o que fizeram foi tergiversar e omitir informações importantes.

10 agosto 2009

Pergolados

Um dos espaços mais interessantes num jardim são os pergolados, estruturas simples que permitem com a utilização adequada de trepadeiras, construir ambientes externos, com a qualidade e as caracteristicas de espaços de estar.

Estes espaços que nos permitem estar ao mesmo tempo, numa sala e no jardim. Que nos permitem olhar a partir de uma nova perspectiva, podem e devem ser melhor utilizados, ser mais explorados.

Em lugares com chuvas frequentes, existe uma tendência a cobrir os pergolados e a partir deste ponto se convertem em gazebos. A permeabilidade é uma caracteristica típica dos pergolados e a utilização de plantas para proporcionar sombra, frescor e uma agradável proteção são caracteristicas adicionais.

É importante escolher adequadamente a localização de um pergolado, ou suficientemente perto da residência principal para que possa funcionar como um apêndice ou um apoio, ou afastado, para quer nos proporcione uma nova perspectiva do jardim ou do entorno. Perto o suficiente para que o utilizemos com frequência ou tão longe que nos propicie a privacidade e paz que almejamos.

Veiling muda de endereço

Fonte: Estadão – 09/08/2009

Maior leilão de flores muda de endereço

Projeto de R$ 60 milhões é o mais alto investimento da história no setor

Paula Pacheco

Às seis da manhã, o movimento já é intenso na área de leilões da Cooperativa Veiling Holambra, em Santo Antônio de Posse, vizinha a Holambra, no interior paulista. Responsável pela comercialização de cerca de 30% das plantas e flores consumidas no Brasil, a cooperativa faz os últimos ajustes no novo espaço para a venda da produção. A inauguração oficial será em setembro, mas desde 27 de julho o maior leilão de flores e plantas do País mudou de endereço.

Os R$ 60 milhões gastos no projeto representam o maior investimento feito até hoje pela indústria de flores e plantas. Vão resultar em um ganho de produtividade por causa da maior rapidez nas negociações, no aumento da área de refrigeração, onde a produção é armazenada antes e depois dos leilões. As câmeras frigoríficas trabalham com duas variações de temperatura: de 4° a 8° e de 17° a 20°. Antes, só 30% da produção era armazenada sob refrigeração.

Com a área ampliada, um dos objetivos é reduzir o descarte, que antes era de cerca de 5% ao dia. Se o produto passar um pouco do ponto, perde-se a venda. Flor com jeito de desmilinguida tem destino certo, o lixo.

Cerca de 300 compradores de todo o País participam dos leilões. Sentam-se em duplas diante de painéis eletrônicos individuais, enfileirados em uma plateia em plano inclinado que facilita a observação minuciosa das mercadorias. Começa o desfile. Funcionários dirigem carrinhos elétricos apinhados de plantas e flores. O preço mínimo, dado pelo produtor, é anunciado em um dos dois painéis (os "klocks"). Os compradores disputam para levar as melhores plantas pelo menor preço.

Os 300 cooperados da Veiling colhem por ano entre 210 milhões e 215 milhões de unidades (vasos, no caso das espécies plantada, ou dúzias, quando se trata de espécie de corte, como as rosas). Há desde os produtores pequenos, que faturam na faixa dos R$ 100 mil por ano, aos maiores, que chegam a uma receita de R$ 10 milhões.

José Benedito Dainezi, dono da propriedade Flora Diamante, é um dos pequenos e fala da dificuldade em planejar receita e despesa: "Um vaso de gérbera pode custar de R$ 2,50 a R$ 4,50. Depende da procura."

Gerente comercial da Veiling, Carlos Godoy festeja a nova fase da floricultura. No primeiro dia de leilão no novo espaço, as vendas foram 20% maiores. Neste ano, a cooperativa prevê um faturamento de R$ 250 milhões. "Ao contrário de produtores como a Colômbia, que investem só em produção, nós também investimos no comércio", diz.

ATÉ O CONSUMIDOR

Um comprador do Grupo Pão de Açúcar, maior rede de varejo do País, participa todos os dias do leilão da Veiling. Tem como missão escolher produtos que serão distribuídos pelas lojas no País.

Segundo Marcos Betelli, gerente comercial de Jardinagem, de janeiro a julho, as vendas de flores e plantas aumentaram 26% na comparação com igual período de 2008. Só as flores cresceram 30%. A meta é terminar o ano com alta de 20%.

A violeta é uma das campeãs de venda nas lojas do Pão de Açúcar, Extra, CompreBem, Sendas e Extra Perto. São 170 mil vasinhos por mês, o que dá uma média de 4 violetas comercializadas por minuto.

O segmento de negócio, explica Betelli, tem recebido um tratamento especial na empresa. Ganhou espaço privilegiado na parte da frente das lojas, próximo aos caixas. Com a estratégia, o consumidor que não resiste a uma compra por impulso é laçado logo de cara.

"Flor na porta da loja vende mais e embeleza", resume o gerente. A estratégia incluiu as classes C e D, que nos últimos anos têm aproveitado a melhora do poder de compra para levar novidades para casa - entre elas, as flores e plantas, além de acessórios como vasos, terra e adubos especiais.

06 agosto 2009

As arvores de Joinville SC


A polêmica que tem se desatado na cidade por conta da proposta de corte e retirada das figueiras da Beira-rio tem servido para que a sociedade se manifeste de uma forma clara sobre a arborização urbana, sobre as praças e parques que a cidade não tem e deveria ter e sobre o estado geral das nossas áreas verdes.

Dados divulgados pela Fundema indicam que Joinville tem 80 mil arvores em ruas e praças públicas. Mas me permito duvidar desta informação. Só é preciso percorrer algumas ruas centrais, como a Max Colin, para ver que aproximadamente a metade das árvores que um dia foram plantadas não existem mais. Morreram, foram arrancadas ou simplesmente sumiram, sem que tivessem sido repostas. No caso da rua 15 de Novembro, a calçada na frente da Conurb não pode ser considerada um modelo de cuidado e beleza.

Na rua Blumenau, ainda permanecem aproximadamente 60% das árvores, porém na rua João Colin praticamente nenhuma árvore sobreviveu aos anos de descaso e abandono, e os pedestres são obrigados a caminhar no sol, sem poder contar com a sombra protetora, que todos elogiam nas figueiras da Beira-rio. O curioso é que tanto a rua Blumenau quanto a João Colin, são duas ruas com a mesma largura, com sentido único, com estacionamento e com transito de ônibus. Uma manteve boa parte das arvores, a outra não.

Exemplo semelhante ocorre na rua Ottokar Doerffel, que já perdeu mais de 50% da arborização feita no final da década de 1980. Sem falar da avenida Marquês de Olinda, que ainda não recebeu nenhuma árvore em todo o trecho novo.

Isso só citando alguns eixos importantes e conhecidos. Se fôssemos percorrer os bairros, mesmo nas suas ruas principais e nos seus eixos, a arborização urbana, praticamente inexiste, está deteriorada e não tem nenhuma manutenção regular.

O que evidencia o descaso com que este tema tem sido abordado pela administração municipal e a importância que tem a movimentação da sociedade, que se manifesta a favor do verde e de uma cidade melhor.

Publicado no jornal A Noticia

04 agosto 2009

12º Congresso Brasileiro de Paisagismo - 100 anos de R. Burle Marx

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4 de agosto - 100 anos Roberto Burle Marx

Hoje, 4 de agosto de 2009, faz cem anos que nascia Roberto Burle Marx: paisagista brasileiro que soube valorizar a beleza das plantas locais. Conhecido internacionalmente, Burle Marx nasceu em São Paulo, mas foi o Rio a sua verdadeira base. Viveu um período na Alemanha quando jovem, o que acreditava ser uma importante experiência para sua formação. Volta ao Brasil em 1932 quando realizou no Recife, "terra de sua mãe", seus primeiros projetos paisagísticos.

"Um jardim faz-se de luz e sons - as plantas são coadjuvantes." (RBM)