22 abril 2008

Critérios para avaliação dos espaços públicos


Quando se discute com tanto entusiasmo a implantação de Um Parque para Joinville, é importante ter elementos para avaliar, objetivamente os espaços públicos que temos em Joinville hoje e o que devemos buscar no projeto do futuro parque da cidade.
Os espaços públicos, sejam eles parques ou praças , devem estar voltados as pessoas, é possivel avaliar o sucesso de um espaço a partir dos seguintes criterios, entre muitos outros:
  • Pessoas envolvidas num grande leque de atividades e de usos no espaço público;
  • Pessoas nos parques em grupos ou individualmente;
  • Diversidade de idades e equilíbrio entre homens e mulheres;
  • Todos os espaços do parque são utilizados por igual, existem poucos espaços ou áreas vazias ou sem utilização;
  • Os parques são utilizados ao longo da semana e em praticametne todas as horas do dia.
Podemos a partir destas premissas avalair os parques e praças de Joinville e identificar as suas carências e necessidades.

Um parque para Joinville

Que o jornal A Notícia, e os demais veículos do grupo RBS na região norte do estado, tenham decidido abraçar o projeto de “Um parque para Joinville” é uma boa notícia, quem sabe, se a partir desta iniciativa Joinville passa a poder contar com uma área verde pública que esteja orientada ao lazer dos seus habitantes.

Se Joinville hoje não tem um parque digno deste nome, e não devemos cometer o erro de confundir os parques ecológicos como o Parque Caieras ou o Parque Morro do Finder, como os parques que Joinville quer e precisa. É porque simplesmente nunca foi uma prioridade dos nossos governantes de plantão.

A construção da Arena Joinville, do Boulevard Cachoeira, ou as reformas milionárias das praças Nereu Ramos e do Mercado, tem sido algumas das prioridades que a administração municipal tem escolhido.

Pode parecer que numa cidade que enfrenta ainda sérios problemas nas áreas de saúde, segurança e infra-estrutura, a implantação de um parque não deva ser uma prioridade, como laias nunca tem sido.

Mas alguns dados podem ajudar a complementar a campanha, liderada pelo Jornal A Notícia. O primeiro e que de acordo com estudos feitos as cidades que tem e fazem uma manutenção adequada de parques, praças e áreas verdes públicas em bom estado, reduzem a violência urbana, porque espaços públicos de qualidade afugentam os marginais e são utilizados pela população.

Também as cidades que tem parques, melhoram a saúde da sua população, ao estimular a prática de caminhadas, de exercícios aeróbicos e de esportes ao ar livre. Do mesmo modo as cidades em que a prefeitura cuida das praças e parques, mantem os jardins dos edifícios e residências melhores, mais bonitos e contribui a melhoria da qualidade de vida.

Ainda a cidade que tem parques públicos e ruas arborizadas, ganha uma melhor qualidade do ar, melhora o micro clima, ao amenizar o calor do verão, e reduz o barulho, pela capacidade que as árvores tem absorver as ondas sonoras.

As cidades com mais e melhores áreas verdes, vem nas suas ruas e jardins, um maior número de pássaros e outros animais da fauna nativa, que passa a dispor de espaços verdes seguros e adequados.

Bem vinda a iniciativa, agora vamos trabalhar para que tenha êxito.

Fonte: http://comentariosdejoinville.blogspot.com/2008/04/um-parque-para-joinville.html

Estação Ferroviária de Joinville

A Estação Ferroviária de Joinville será reaberta ao público após revitalização. A A Boa Vista Projetos de Paisagismo elaborou a recuperação do entorno deste belo cartão postal de Joinville.
O trabalho conjunto com os técnicos da Fundação Cultural de Joinville, propôs o uso de materiais tradicionais usados no local, reaproveitando os paralelepípedos e velhos dormentes para a construção de brinquedos da área de jogo para crianças.
O espaço recuperado será finalmente entregue a comunidade, que terá oportunidade de aproveitar um dos mais belos locais de Joinville, que durante anos ficou abandonado. O trabalho conjunto com os técnicos da Fundação Cultural de Joinville, tem como objetivo garantir a sintonia entre a proposta de paisagismo e o local.
A inauguração será dia 24 de abril às 19:30 horas. A Estação Ferroviária de Joinville fica localizada na Rua Leite Ribeiro, próximo ao Museu da Bicicleta.

08 abril 2008

Memorial Técnico para Implantação de Jardins

1. Fase Inicial
3. Execução
3. Manutenção
4. Qualidade

Fase inicial - Manual técnico para implantação de jardins







Coleta e análise de amostras do solo.

Deverão ser obtidas amostras representativas dos diversos tipos de solo existentes, afim de saber, pelo resultado da análise, quais os corretivos e adubos à usar. Verifica-se pelo aspecto, cor e consistência do solo, se toda a área possui um único tipo de solo ou se ocorrem manchas ou faixas com solos distintos. Isto geralmente ocorre, quando há morros e baixadas, ou em decorrência de usos anteriores da terra para pasto, pomar, plantações, etc.

De cada um desses tipos é preciso recolher uma amostra em separado, composta de cerca de 20 partes de igual volume, retiradas de toda a mancha respectiva.

Cada parte deve conter uma barra de solo extraída de um corte vertical da superfície até 25 cm. de profundidade, usando-se uma pá reta ou trado especial. As 20 barras são misturadas em um balde limpo e da mistura retira-se um litro, devidamente rotulado e acondicionado em saco plástico limpo, para ser analisado. diversas firmas que fazem análise em Santa Catarina, portanto é recomendável procurar o escritório da Epagri do Município. A análise à solicitar deve indicar: pH, Carbono ou Matéria orgânica - Fósforo - Potássio - Calcário e Magnésio - Alumínio.

Execução de terraplanagem e aterro.

Marcar no terreno com estacas as áreas em que estão previstas alterações do nível do terreno, indicando as cotas finais de terraplanagem ou aterro.
Ao se aterrar fundos de vales e baixadas, é necessário que antes sejam colocados drenos e retirar a camada de matéria orgânica pluvial.

A compactação com pé de carneiro só deve ser feita nas áreas que serão ocupadas por estradas, construções ou na base de encostas íngremes, pois essa operação impede o desenvolvimento de uma futura arborização.

As áreas terraplenadas ou aterradas deverão ser imediatamente escarificadas com lâmina provida de dentes de 20 cm. em 20 cm. e com 20 cm. de profundidade seguindo as linhas de curva de nível. Sobre a superfície áspera e requebrada assim obtida, deverá ser colocada uma camada de 20 a 25 cm. de espessura de terra-composto, esparramando-se antes pó calcário magnesiano, na dosagem indicada pela análise do solo daquela área. Em seguida nivela-se com rastelo e recobre-se o solo de acordo com a vegetação projetada para o local.

Neutralização e correção do solo.

Uma vez constatada a existência de solo ácido no local, procede-se a sua correção mediante o emprego do uso de pó calcário magnesiano ou dolomítico obedecendo as seguintes proporções:

pH

Solo Arenoso

Solo Argiloso

4.0-5.0

300 g/m2 -400 /m2

500 g/m2 -2 X 400 g/m2(*)

5.0-5.5

250 g/m2 -300 /m2

400 g/m2 - 500g/m2

5.5-7.0

200 g/m2 -250 /m2

300 g/m2 - 400 g/m2

(*) Aplicar uma dose ao solo antes do plantio e a segunda como cobertura, após um ano.

Deverá ser observado um prazo mínimo de 20 dias entre a aplicação de calcário e qualquer adubação.

Execução - Memorial técnico para implantação de jardins









Preparação da Terra
  • Limpeza e destocamento

Deve-se proceder a remoção de pedras, tocos de árvores, postes, restos de alicerces ou esteios, lixo ou materiais de construção enterrados, para permitir o preparo, a lavra e o nivelamento do solo nas áreas a serem ajardinadas.

Para evitar a compactação do solo pelas máquinas pesadas que são necessárias para esses serviços, é recomendada a extração manual, com uso de picareta, enxada, machado, talhadeira, conforme o material, carrinhos de mão dotados de rodas com pneumáticos, para remoção.

Os detritos devem ser removidos do terreno e não enterrados. Antigos pisos de concreto ou alicerces, mesmo quando cobertos por mais de um metro de terra, deixam marcas permanentes de crescimento raquítico em gramados, canteiros e maciços.

  • Compostos e adubos para covas de árvores e arbustos

Terra-composto adubado para covas de árvores e arbustos:
Fórmula NPK 4:9:6 ou similar

1-Terra-composto, ou terra rica em matéria orgânica 1 m3.
2-Torta de mamona, destorroada 2,5 kg, ou estrume de boi curtido 40 Kg.
3-Farinha de ossos, autoclavada 1,0 Kg, ou superfosfato simples 1,0 Kg.
4-Cloreto de potássio 1,0 Kg.

Para obter um melhor desenvolvimento do jardim é recomendável incorporar ao solo comporto orgânico. Os mais recomendáveis são:

- Casca de arroz crua
- Casca de arroz carborizada
- Casca de arroz queimada – cinza
- Casca de pinus decomposta
- Casca de côco desfibrada
- Serragem de pinus ou eucalyptus decomposta
- outros materiais disponíveis na região, desde que analisados.

As quantidades a utilizar dependerão da qualidade do solo existente, das espécies de plantas a serem utilizadas, dos materiais disponíveis e do orçamento aprovado.
Existem no mercado compostos orgânicos prontos para o uso que podem ser utilizados.
Recomendamos, quando possível incorporar no mínimo 30% do volume e ,sendo possível, incorporar até 50% do volume total.

Misturar os ingredientes 1+2+3+4 ou seus substitutos, por meio de dupla baldeação. Usar terra peneirada ou destorroada.

  • Demarcação e abertura de covas para árvores e arbustos

1. Árvores
Demarcação com balizas numeradas, dos pontos exatos no terreno, onde devem ser plantadas as árvores e os arbustos previstos no projeto. Deverão ser abertas covas de 1.00 por 1.00 por 1.00 metro, para árvores.

2. Arvoretas e arbustos de grande porte
Para arvoretas e arbustos de grande porte devem ser feitas covas de 0.75 m x 0.75 m x 0.75m.

3. Arbustos de porte médio
Deverão ser abertas covas de 0.50 por 0.50 por 0.50 m., para arbustos.

A partir dos caminhos, das cercas ou das construções já executadas, mede-se com trena, pelo sistema de triangulação os pontos correspondentes a planta do projeto, anotando na mesma o número de baliza, para identificação posterior.

  • Adubação básica do solo para gramados e forrações

Usar os ingredientes da fórmula citada no item "compostos de adubos...", misturando 2+3+4 nas doses indicadas e aplicar a lanço sobre o terreno, antes da lavra, 800 gr. da mistura por m2.

Pode-se usar, como alternativa, os ingredientes 3+4 nas doses indicadas, aplicando 300 gr. da mistura por m2. do terreno.

  • Demarcação de gramado e forrações

Procede-se a demarcação para o plantio tomando como base o projeto de paisagismo. A marcação é feita, utilizando-se uma enxada de jardineiro ou ferramenta similar, imediatamente antes do plantio.

PLANTIO

  • Árvores e arbustos

Para implantação da vegetação lenhosa, a véspera do plantio selecionam-se as mudas, aplicando a cada uma, uma rega encharcante, levando-as de preferência em macas, para evitar abalo dos torrões até junto as respectivas covas, identificadas pela numeração dos tutores. No dia seguinte coloca-se cada muda em sua cova, ainda com sua embalagem intacta, ajustando sua altura mediante retirada ou colocação de terra adubada de tal maneira, que o nível do solo adjacente fique 5 cm. abaixo do nível do solo superior. Depois do plantio, pelo natural assentamento da terra da cova, a muda deve ficar no mesmo nível do solo. Ajustada a altura da muda ainda sem remover a embalagem, gira-se o torrão em seu eixo, até orientar uma leve curvatura do tronco com a barriga em direção ao tutor.

Acertados assim altura e orientação, e sem mover a muda, remove-se o saco plástico do torrão, aplicando-lhe corte no lado com uma lâmina de barbear. Se a muda estiver plantada em lata, é preciso cortar a lata em duas faces opostas antes de ajustar sua posição, e depois de ajustada, abrem-se as duas metades e retira-se a lata sem abalar o torrão. Estando encharcado, o torrão ficará coeso. Recolocada na posição certa, derrama-se terra adubada em volta da muda, apertando com as mãos suavemente, em direção obliqua, da periferia para o centro, até encher a cova.

Depois pisa-se uma só vez com ambos os pés, e suavemente aos lados do torrão para assentar a terra da cova, restaura-se o leiro circular ao redor da boca da cova caso tenha sido danificada, em seguida derrama-se de uma só vez 10 lts. de água na bacia assim formada.

Esta primeira rega é operação essencial, para estabelecer a liga da terra da cova com o solo de um lado, e com o torrão da muda de outro. Absorvida a água, esparrama-se uma camada de 5 cm. de espessura de folhas, capim, maravalha ou palha sobre a superfície da cova, para evitar o aquecimento do solo pelo sol e manter sua umidade mais constante. Por último, colocam-se no tronco, ou nos ramos principais dos arbustos, pelo menos dois amarilhos de barbante de cânhamo ou de estopa, dando uma volta completa ao redor do tutor, cruzando-o no interstício entre o tutor e tronco e dando uma volta completa ao redor do fuste, dando o nó sem apertar, com pequena folga. Todo amarilho correto deve ter a forma de número "8" e não de "0".

  • Vegetação rasteira
O plantio de plantas herbáceas, flores e folhagens inicia-se com a demarcação dos canteiros e locação das espécies. Plantio em covetas abertas com a colher de jardineiro em malha de triângulos equiláteros, obedecendo ao parâmetro indicado no projeto. Retira-se cada muda de seu recipiente no momento do plantio, devendo aplicar uma rega individual a cada muda na véspera do plantio. A colocação da muda deve ser feita sem abalar o torrão, e a profundidade suficiente para deixar a superfície do torrão no mesmo nível do solo do canteiro.

Os plantadores pisam ou se ajoelham sobre tábuas, para não compactar o solo. Escolhem-se as mudas de porte mais alto de cada espécie, para o plantio no centro da área, e as de porte mais baixo, na periferia.

É mais vantajosa a cobertura do terreno entre as mudas plantadas, com folhas, palha, capim seco, aparas de serraria ou bagaço de cana triturado, em camada de 3 a 5 cm. de espessura. Irrigação imediata e copiosa, mas sem formar poças nem provocar enxurrada.

  • Gramados

No período de espera obrigatória, depois da aplicação do calcário, deve-se proceder ao combate de ervas daninhas, mediante leves e diárias aspersões de água, que além de faze-las germinar e brotar, ajudam a ação de penetração do calcário.

Esta é a última oportunidade de se eliminar as ervas daninhas antes do plantio e para tal, devem ser usados herbicidas de acordo com as dosagens recomendadas nas bulas.

O plantio de grama deverá preceder a implantação de canteiros e maciços arbóreos, pois geralmente ocupam áreas maiores e, em muitos casos, é conveniente deixar a execução de canteiros de flores e folhagens para uma determinada estação do ano, podendo neste interim deixar os gramados prontos.

Há quatro maneiras de plantio de grama; a escolha depende do tipo de gramado desejado, da finalidade de uso, da espécie escolhida, e em muitos casos, a escassez da oferta obriga ao uso de determinada espécie e correspondente método.

1. Sistema por placas

Assentam-se placas de formato irregular, mas com espessura uniforme e mínima de 5 cm., que devem ter os colmos e folhas densos e verdes, e isentos de ervas daninhas. Além dessas normas qualitativas, é preciso contratar o fornecimento sob a condição de que a medida da quantidade será feita após o plantio na base de placas justapostas sem interstícios. Para se conseguir um rejuntamento perfeito, sem deixar vãos e intervalos e ao mesmo tempo deixar a superfície igualada, é preciso que os plantadores pisoteiem sobre as placas de maior espessura, afundando-as no solo que deverá ser fofo e previamente umedecido. Para nivelar bem a superfície, passa-se uma só vez um rolo compressor de 200 Kg. (concreto de 1.00 m de largura por 50 cm. de diâmetro) lentamente puxado por dois ou três homens. Em seguida, esparrama-se uma camada de 2 cm de terra-composto peneirada e aplica-se regas copiosas, sem deixar formar poças.

2. Sistema por touceiras

Usam-se chumaços de 5 a 8 cm de diâmetro recortados de placas ou de um gramado formado em viveiro. Plantam-se em covetas abertas com a colher de jardineiro em distâncias uniformes entre 10 e 20 cm., e dispostas em malhas de triângulo equilátero colocando cada tufo no vão entre dois tufos da fileira anterior. Os plantadores pisam sobre tábuas para não compactar o solo. As touceiras são firmadas com pressão lateral da mão e o solo é alisado com a colher de jardineiro. Também nesse método a prática dos plantadores decide a uniformidade da cobertura. Ao terminar, após 4 horas de plantio, rega-se copiosas vezes por aspersão sem formar poças ou enxurradas.

3. Sistema por sementes

O melhor período para semeadura é quando o clima está temperado, aqui encontramos sérias dificuldades, porque as misturas de grama importadas raras vezes se adaptam ao clima. As sementes das espécies aqui usadas tem fraco poder de germinação e não produzem precisamente o tipo uniforme e rasteiro que se obtém exclusivamente pela multiplicação vegetativa, dos clones já aprovados.
No plantio de sementes é aconselhável obedecer as instruções impressas na embalagem de origem.

4. Sistema por mudas

O procedimento é idêntico ao plantio das touceiras, mas substituindo os chumaços, colocando-se as mudas, em posição inclinada, apenas uma estaca, composta de rizoma, estolo ou colmo deixando dois gomos enterrados e um gomo saliente da terra.
As estacas cortam-se de preferência poucas horas antes do plantio, com canivete, de um gramado, ou desfazendo-se placas compradas. De algumas espécies de grama, podem-se comprar mudas em sacos plásticos.
Na avaliação comparativa dos quatro métodos, deve-se considerar, que o plantio por placas, produz um gramado verde, denso e fechado em poucas horas; por touceiras levará alguns meses para fechar, e por mudas, talvez um ano, mas quando bem plantado o último método produz um gramado perfeito

Manutenção - Memorial técnico para implantação de jardins









A principal preocupação deverá ser com as regas que devem ser aplicadas sempre que faltem as chuvas e quando se perceber o início de ressecamento da superfície do solo. Mas é preferível regar a última hora da tarde, do que pela manhã e nunca se deve regar nas horas mais quentes do dia, é melhor regar copiosamente duas vezes por semana, do que aplicar ligeiras regas todos os dias. Devem se evitar as regas encharcantes, conseqüentes de esguichos ou aspersores automáticos não mudados de lugar por descuido.

A erradicação de ervas daninhas é cuidado constante em todos os jardins recém-formados. Jamais deve-se esperar até a floração do "mato" porque então já pode se dar a formação de sementes.

O terceiro cuidado é a pronta substituição das mudas que por algum motivo não pegaram. Para
este fim devem-se comprar sempre algumas mudas excedentes, deixando-as em reserva. Investigar a causa da morte dessas mudas é muitas vezes importante, pois podem-se evitar surtos de pragas ou doenças perigosas, introduzidas com mudas adquiridas. Também a exterminação de formigas é um cuidado necessário que nunca termina.

Para sustento de gramados, e plantas de forração, é necessário a aplicação de adubo nitrogenado, pelo que se acelera o fechamento do relvado e se mantém a cor verde-viva pelo ano todo, desde que não se descuide das regas nos períodos de estiagem.

Devem ser observadas algumas medidas para se conseguir uma rápida pega das mudas de árvores.

Se não chover durante 3 dias seguidos, aplica-se uma rega de mais ou menos 5 lts. de água para cada cova, numa média de duas regas por semana, se continuar a não chover. Com tempo muito quente e seco, ou de ventos fortes, aplicam-se estas regas em dias alternados. Erradicar as ervas daninhas que surgirem das covas e revisar os amarilhos, para evitar estrangulamento das mudas pelo assentamento excessivo da terra e pelo engrossamento do fuste, cortam-se os amarilhos excessivamente apertados, substituindo-os por outros mais frouxos, em local diferente.

Quanto à gramados, deve-se fazer uma adubação nitrogenada para sustento de novos gramados ou velhos:
Esparramar em Março, Setembro e Dezembro, 20 gr. de Nitrocálcio por m2 ou 10 gr. de Uréia.

O adubo supra não é completo e a sua aplicação não dispensa uma adubação completa NPK com terra-composto em cada ano e de preferência em Junho.


Qualidade - Manual técnico para implantação de jardins




ESPECIFICAÇÕES DE TAMANHO PARA ÁRVORES E ARBUSTOS

Forma

Altura - desde o nível do solo até a rama mais baixa

Diâmetro - do tronco no solo

Arbustivo

0.3 a 0.75 m


Standard med.

1.1 a 1.60 m

20mm

Arvoretas

1.7 a 1.80 m

20mm

Arvores

1.8 a 2.00 m

25mm


Devem ser preparados locais adequados para o armazenamento de mudas que não forem plantadas no dia da sua chegada.
Para tanto procede-se da seguinte maneira: abre-se o envoltório das mudas com cuidado e coloca-se as mesmas regadas previamente no fosso. Este fosso é feito da seguinte maneira: faz-se um talude artificial a 45o e vai-se encostando as mudas, para depois cobri-las com terra fina fixada com os pés. A plantação e, por sua vez, a compra das plantas deve realizar-se dentro desta seqüência: árvores, arbustos e plantas de forração.
Exigir que todas as mudas compradas saiam do viveiro devidamente etiquetadas com o nome científico e a cor correspondente.


  • Árvores

1. Tronco
O tronco deverá ser reto, sem emendas ou fortes curvaturas. Na eventual existência de cicatrizes de poda, elas deverão estar bem saradas.

2. Copa
A pernada primária deverá possuir a forma de forquilha terminando em copa equilibrada e simétrica com um mínimo de 3 pernadas equivalentes, assentadas à curta distância entre si.

3. Raízes

Deverão ser sadias, abundantes, sem enovelamento pronunciado. Deverão ser recusados os exemplares que apresentarem evidente infestação por nematóides.

4. Torrão
Deverá ser compacto, totalmente trespassado pelo raizame, isento de bulbos de tiririca, trevo e alho do mato.

  • Arvoretas

1. Tronco
Fuste único e reto, sem tocos nem curvaturas pronunciadas. Na eventual existência de cicatrizes de poda elas deverão estar bem saradas. Em casos em que for desejável arvoretas com fuste múltiplo, serão indicadas no projeto.

2. Copa
Deverá haver ao menos 3 pernadas iniciais, assentadas a certos intervalos, encimadas por copa equilibrada, simétrica e ramificação secundária bem desenvolvida.

3. Raízes
Deverão ser sadias, abundantes, sem enovelamento pronunciado. Deverão ser recusados os exemplares que apresentarem evidente infestação por nematóides.

4. Torrão
Deverá ser compacto, totalmente trespassado pelo raizame, isento de bulbos de tiririca, trevo e alho do mato.

  • Arbustos

1. Tronco
Caule múltiplo ou o principal dividido em outros de baixa altura; as bases não deverão ser desproporcionais em grossura (muda passada) e não deverão haver numerosos troncos sem rebrota (esgotamento).

2. Ramos
Os ramos não deverão ser envassourados ou mal formados, evidenciando podas inadequadas.

3. Raízes
Deverão ser sadias, abundantes, sem enovelamento pronunciado. Deverão ser recusados os exemplares que apresentarem evidente infestação por nematóides.

4. Torrão
Deverá ser compacto, totalmente trespassado pelo raizame, isento de bulbos de tiririca, trevo e alho do mato.

  • Plantas herbáceas

As mudas das plantas herbáceas devem se apresentar bem formadas e vigorosas, com porte baixo, raizame sadio e livre de pragas já descritas neste manual. Deve-se dar preferência as mudas em estágio pré-floral pois as que já apresentam flores estão senis e não tem mais capacidade de enraizar no canteiro.

  • Grama

Não deverão ser aceitas as placas que apresentarem espessura inferior a 5 cm. (cinco centímetros), dilaceradas ou desfeitas, contendo bulbos de tiririca e outras pragas.
As folhas da grama não deverão estar esturricadas.

01 abril 2008

Cliente, que cliente?

O nosso trabalho nos leva a diariamente lidar com clientes, alias são os nossos clientes a nossa razão de ser e de existir como profissionais. Cada um nós tem as suas estratégias para se relacionar com o cliente e o nosso objetivo hoje é o de compartilhar algumas das experiências acumuladas ao longo de quase 25 anos de trabalho.

Inicialmente, acreditava que existiam centenas de clientes diferentes e que para cada um deles era necessário desenvolver uma abordagem própria e particular, aos poucos as centenas viraram dezenas e hoje posso dizer que consideramos no escritório que existem basicamente dois tipos de clientes, com algumas pequenas variações.

Pode parecer uma abordagem simplista em extremo, porem vem dando certo, o primeiro tipo de cliente é aquele que esta contratando o serviço para ele próprio, eu chamo este cliente de “proprietário”, não estou me referindo ao dono, a quem possui o imóvel, e sim a aquele cliente que assume o projeto como sendo dele, que entende o resultado do trabalho como sendo próprio e que pretende buscar o melhor resultado a médio e longo prazo.

E fácil trabalhar com este tipo estilo de clientes, entendem a importância de preparar bem o terreno, de escolher as melhores espécies, esta muito mais preocupado com os custos e resultados a longo prazo, é capaz de aceitar custos maiores na implantação para ter ganhos e economia a longo prazo, entende a importância de escolher as plantas adequadas, e aquilo chamamos do cliente 10–1.

O outro tipo de cliente é aquele que vê o jardim como uma obrigação ou uma necessidade do momento, tem que ter um jardim, e quaisquer verde serve, muitas vezes até contrata um bom profissional e um bom projeto que não será implantado ou o que é pior, que será executado, com o único objetivo de ficar bem na hora, sem o menor comprometimento com o amanha do trabalho, e o cliente 1 – 10, é o cliente preocupado só com o resultado imediato. Até porque em muitas ocasiões o jardim é encarado como a decoração que acompanha a festa de inauguração. Que não precisa durar muito mais que alguns dias.

Porque 1 – 10, e porque 10 – 1? Bom é muito simples, o cliente 1 – 10 e aquele que gasta R$ 1 no preparo do terreno e R$ 10 na compra das plantas, e aquele que gosta de aparecer, o cliente 10 – 1 e aquele que investe R$ 10 no preparo do terreno, no adubo, no planejamento, na drenagem, no melhor substrato e R$ 1 nas plantas, porque sabe que se bem feito tudo as plantas crescerão e o jardim florescera por muitos e muitos anos. É o cliente que gosta das coisas bem feitas e que sabe valorizar os bons profissionais, é o cliente que faz que o nosso trabalho faça sentido e nos faz felizes fazendo o que gostamos de fazer.